Featured image of post "Por uma defesa do ateísmo" de Ernestine Rose - COMPILAÇÃO DE INFORMAÇÕES E TEXTO 2025-11-07 00:23

"Por uma defesa do ateísmo" de Ernestine Rose - COMPILAÇÃO DE INFORMAÇÕES E TEXTO 2025-11-07 00:23

Eu
gostaria de falar sobre algo que me
deixa muito, muito orgulhoso
desse dossiê. Claro, eu li o material do
dossiê,
eh, fiquei muito feliz com aquilo que
foi publicado, mas não posso deixar
de dizer que tem uma publicação em
especial
que saiu nesse dossiê
que me dá um orgulho muito grande, tá?
que me dá um orgulho muito grande, me
deixa muito feliz e muito satisfeito e
está relacionado exatamente a isso que
eu acabei de falar, que é o quê, né? que
nós não temos muito material sobre a
história do ateísmo publicado no Brasil
e que material que tem eh
em outros países, né, não tem tradução.
Na verdade, não é exatamente eh
um trabalho de história do ateísmo.
essa última parte que eu vou falar para
vocês,
mas
serve como fonte para uma pesquisa sobre
história do ateísmo. Hum.
Que material é esse, né?
É uma tradução. E aqui eu quero mostrar
para vocês que tradução é essa. Olha só,
tá? Uma defesa
do ateísmo
da Ernestin Rose,
uma defesa do ateísmo da Ernestiny Rose.
Queria aqui, primeiramente eh deixar um
agradecimento em particular ao professor
Marcelo de Santana Alves I, que também
escreveu o artigo sobre o ateísmo na
filosofia política do marquês de Sara,
porque eh quando eu eh eu estava ali eh
envolvido na organização do dossiê, eu
pensei na possibilidade
de colocar algum material sobre ateísmo
que não tinha tradução em português,
né? E aí o primeiro material que me veio
à mente, né, porque inclusive era o que
eu tava tendo mais contato, era este
discurso feito pela Ernestine Rose.
E aí eu, né, eu não sei fazer tradução,
né, eu não tenho eu não tenho, né,
entendimento suficiente. É, apesar de
fazer leitura de textos ingles, eu não
não me arrisco a fazer traduções, né?
Aí eu conversei com o professor,
professor Marcelo Primo, porque ele eh
ele já tem várias traduções realizadas
sobre textos de filósofos,
principalmente, né, eh, da idade moderna
e que ele tem publicado em revistas e
tal. Aí eu conversei com ele, perguntei
eh se ele toparia eh traduzir o discurso
da Ernestine Rose e ele aceitou a a
tarefa, fez a tradução e a tradução está
aqui. Então, vejam só para vocês, eh,
eh, esse discurso
foi
feito pela Ernestin Rose
em abril de 1861,
abril de 1861.
E até
hoje
este
discurso não tinha tradução em
português.
Até hoje esse discurso não tinha
tradução em português. Hã, incrível. Na
verdade, né? A própria figura da
Ernestin Rose, ela é pouco conhecida
eh no no cenário brasileiro. Então,
imagina o os discursos, né, e a produção
intelectual dela. Ela foi uma figura do
século XIX, tá?
Eh,
teve uma uma trajetória muito rica.
Só que
eh só que nada daquilo que ela escreveu
tem tradução em português. Aí eu eu
publiquei eh no no passado aí no algum
tempo atrás, eu escrevi um artigo sobre
Ernestin Rose, que depois virou um
capítulo do meu último livro. E neste
neste capítulo o que acontece? Eu eu fiz
uma tradu fiz tradução, né, de alguns
trechos, né, de discursos da Ernestin
Rose, mas eu não fiz a tradução completa
dos discursos de Ernestiny Rose.
Inclusive, eu fiz tradução de trechos
desse discurso uma defesa do ateísmo,
que é o trabalho é o trabalho mais eh
é o o o trabalho mais
consistente, né, da Ernestin Rose, no
sentido de que eh este foi o único o
único trabalho, o único discurso, né?
Então ela escreve esse discurso, o único
discurso de Ernestin Rose focado única e
exclusivamente na questão do ateísmo,
porque
a mais uma análise aprofundada aqui.
Hoje, olha, temos o material e tanto
trechos de uma tradução de uma defesa do
ateísmo, um ensaio de Ernestin L. Rose,
lá de 1861.

Um material histórico e nossa, muito
corajoso pra época, né?
Exatamente. É bom situar quem nos
escuta. Estamos falando de meados do
século XIX. Defender o ateísmo assim,
abertamente não era só questionar
religião, era bater de frente com a
sociedade, com o sentimento público.
Uma ousadia tremenda.
E a premissa dela, que fica clara logo
no início, é que a busca pela verdade é
fundamental. Não importa o consagrado o
assunto pareça, só a verdade ela diz
beneficia a humanidade.
É uma defesa da investigação livre,
acima de tudo.
Então nossa missão aqui vai ser eh
desvendar mesmo argumentação da
Ernestine Rose nesses trechos, como ela
constrói essa crítica à crença em Deus e
como ela apresenta o ateísmo não como,
sei lá, um vazio, mas como uma base
possível pra moralidade. Vamos mergulhar
nisso.
Vamos lá. Parece que a Rose começa de um
jeito bem metódico, quase científico.
Ela pergunta: “Onde é que estão as
provas de Deus?” E começa pelo mundo
material, aquilo que a gente pode ver e
medir.
Isso é quase uma investigação forense,
como você disse, ela vaihando o
conhecimento científico da época dela,
sabe? Campo por campo. Começa com a
geologia, a estrutura da Terra, os
fósseis, o que as rochas contam,
certo? Depois ela olha pra história
natural, o reino animal, aí entra na
fisiologia tentando entender a natureza
humana, as leis biológicas.
Ela menciona até a frenologia.
Frenologia. Isso aí já sou meio
ultrapassado, não?
Ah, sim. Hoje é totalmente
desacreditado,
mas na época era popular, né? uma
tentativa de ler a mente pelo crânio,
mas mostra que ela foi fundo. Ela não
deixou pedra sobre pedra na investigação
dela.
Entendi. Ela queria cobrir tudo o que
era considerado ciência na época.
Exato. E não para aí. matemática,
química. E aqui é importante, ela foca
nos elementos, na indestrutibilidade da
matéria, que é um ponto chave pro
argumento dela. E claro, a astronomia,
né, o sistema solar, as leis da
gravitação,
uma varredura completa mesmo.
E o resultado dessa busca científica,
segundo a Rose,
é
é inequívoco para ela. Nenhuma dessas
ciências, por mais que revelem sobre o
universo físico, sobre como as coisas
funcionam, nenhuma delas oferece o que
ela chamaria de prova demonstrável,
nenhum indício sólido da existência de
Deus,
nada.
Nada. Ela usa até uma metáfora forte,
né? Se a gente gritar pro céu, pros
planetas, “Onde está Deus?”,
A resposta seria só o eco, repetindo
onde o universo da matéria para ela
fique em silêncio sobre isso.
Uma conclusão bem tegórica. Se o mundo
físico não deu respostas, para onde ela
se voltou? Então
aí ela muda de esfera, vai pro que chama
de universo da mente. Pensa nisso como
tipo tudo que a humanidade já pensou e
escreveu sobre o divino, livros
sagrados, teologias, filosofias, credos,
toda essa bagagem cultural. a o mundo
das ideias sobre Deus,
justamente. E é aqui que ela solta um
dos argumentos mais assim impactantes
dela. Ela defende que a ideia de Deus
não foi descoberta, foi criada pela
mente humana.
Criada? Como assim? que o ser humano, ao
longo da história, foi moldando Deus a
sua própria imagem e semelhança,
projetando em Deus as suas
características, o seu conhecimento ou a
falta dele, o nível da sua civilização,
os seus valores.
Nossa, ela inverte totalmente a frase
bíblica. Não é Deus criando o homem a
sua imagem.
Exato. Mas o homem criando Deus a sua
própria imagem. Exato. É uma inversão
radical. Especialmente para 1861.
Dá para imaginar o choque que isso
causou?
Com certeza. E qual seria a origem dessa
criação? Segundo ela
para Rosê nasce da ignorância humana.
Diante de fenômenos que não entendiam um
raio, uma doença, o sol nascendo todo
dia, o ser humano primitivo teria
buscado explicações sobrenaturais. Aí
nasce a superstição, o mistério, ela
diz: “Atrai a mente que ainda não tem a
explicação natural”.
Faz sentido dentro da lógica dela. É
como ela compara com o indígena e o
relógio, né? Sem entender a máquina,
pensa num espírito.
Exatamente essa analogia que ela usa.
Não entender o mecanismo leva a atribuir
a uma causa mágica ou divina.
OK? Essa linha de pensamento sobre a
origem humana da ideia de Deus leva
direto ao próximo passo dela, que
imagino seja a análise da Bíblia, né? A
fonte que muitos consideram a revelação
divina por excelência.
Isso. E aqui a análise fica ainda mais
espinhosa, digamos, porque ela confronta
a narrativa bíblica com os atributos que
a própria religião dá a Deus.
Onipotência, onisciência, bondade
perfeita. É, aqui a coisa pega fogo,
imagino.
Pega mesmo. Ela não trata a Bíblia como
um texto sagrado intocável. Para ela é
um documento histórico, literário, que
pode, deve ser analisado criticamente
usando a razão e o conhecimento
disponível. e ela começa a apontar o que
vê como inconsistências assim gritantes.
Por exemplo,
bom, a criação a partir do nada, contra
o princípio químico que já surgia na
época, do nada vem a criação do mundo em
seis dias, isso já batia de frente com
as evidências da geologia que falava em
eras imensas de formação da Terra.
Esse debate dos seis dias já devia ser
quente na época dela, né? quente e ela
continua. A visão de uma terra plana,
centro do universo, que algumas leituras
literais sugeriam, já tinha sido, bom
derrubada pela astronomia, por
Copérnico, Galileu. Ela questiona até a
lógica interna. Como podia existir dia e
noite antes do Sol ser criado no quarto
dia? São questionamentos diretos à
narrativa.
Sim, mas a crítica dela se aprofunda
mesmo quando ela analisa a criação do
homem supostamente perfeito, a imagem de
Deus e logo em seguida a queda no Éden.
Ah, o problema do mal entrando no mundo
perfeito. Se Deus era onisciente, ele
não sabia que a serpente ia tentar Eva e
que ela ia ceder.
Se ele sabia e não podia evitar, cadê a
onipotência?
E se sabia e podia evitar, mas não
evitou.
Aí a questão é a bondade, né? Como
conciliar isso com uma bondade infinita?
Paraa Rose, qualquer resposta que se
desse abalaria a ideia de um Deus
perfeito nesses atributos clássicos.
É o clássico dilema teológico, né? A
preciência divina e a existência do mal.
Ela aplica isso sem dó. Gênesis
sem dó. E ela segue essa linha. O
arrependimento de Deus por ter criado a
humanidade, o dilúvio como uma tentativa
de recomeçar que ela vê como falha,
porque a descendência do Noé não foi
melhor, a necessidade constante de
enviar profetas para corrigir o rumo,
uma sequência de remendos divinos na
visão dela
e culmina com a vinda do filho unigênito
para salvar o mundo. E aí vem a pergunta
retórica dela que é crucial. O mundo foi
realmente salvo.
Ela olha ao redor em 1861
e aponta: Ainda tem ignorância, vício,
crime, sofrimento, guerras.
E ela menciona a escravidão, né?
Menciona especificamente a escravidão,
uma ferida aberta nos Estados Unidos da
época dela. Para ela isso tudo era
evidência de que a salvação prometida
não tinha se concretizado no mundo real.
Entendi. Então, a conclusão da Rose é
que a Bíblia, assim como a natureza e o
universo da mente, também fala em dá uma
prova convincente de Deus.
E mais, o próprio texto bíblico, segundo
ela, entra em conflito com a ciência e
tem contradições internas quando você o
examina com a razão e a moralidade.
Exatamente essa conclusão dela. E a
partir daí ela avança para argumentos
mais filosóficos mesmo. Um deles é o
contraste entre a nossa finitude, a
mente humana limitada e a ideia de um
Deus infinito.
Como assim?
Se a nossa mente é finita, como é que a
gente pode compreender o infinito?
Rose acha que é irracional exigir que a
gente acredite em algo que é, por
definição, indemonstrável e
incompreensível para nós. E mais, ela
acha injusto culpar ou punir alguém por
não conseguir acreditar no
incompreensível. Isso toca num ponto
central que é a própria origem do
universo. Muita gente usa esse
argumento, algo tão complexo, tem que
ter um criador. Confesso que pensar no
universo sem começo é algo que assim
desafia a intuição da gente. Como é que
a Rose lidava com isso lá atrás?
Ela admite que é difícil, admite a
própria ignorância sobre a origem última
das coisas. Mas e isso é crucial no
argumento dela? Ela diz: “A nossa
ignorância não serve de prova paraa
existência de Deus”. O fato de não
sabermos a resposta não valida
automaticamente uma resposta específica,
ainda mais uma sobrenatural.
Não saber não significa então foi Deus.
Exatamente. E baseada na ideia da
química, da indestrutibilidade da
matéria, ela levanta a possibilidade.
E se o universo simplesmente não teve um
começo? E se a matéria for eterna?
Uma ideia bem usada pra época.
Muito. E ela leva o raciocínio mais
longe, questionando a lógica de um
criador externo.
Onde esse criador estaria? fora do
universo. Mas se o universo é tudo, não
existe fora.
E se estivesse dentro?
Então ele seria parte do universo. E uma
parte não pode criar o todo do qual ela
mesma faz parte. É um nó lógico na visão
dela.
Entendi o raciocínio. E como ela lida
com conceitos tipo causa primeira ou
mesmo design inteligente? A causa
primeira, ela meio que descarta a
necessidade dela. Para Rose, o universo
pode ser uma cadeia infinita de causas
de efeitos, sem um ponto inicial
absoluto que a gente possa identificar.
Quanto ao design inteligente, a ideia de
que a ordem e a complexidade do universo
apontam para um projetista. Sim, o
argumento do projeto,
ela também rejeita, argumenta que a
inteligência, como a gente conhece, é
uma propriedade da matéria organizada,
tipo o cérebro. Não é uma entidade
separada, flutuando por aí, que poderia
existir antes da matéria para poder
projetá-la.
Isso me lembra o argumento do relógio do
Paley, aquele: “Se você acha um relógio
na praia, sabe que teve um relojoeiro.”
Universo é complexo, logo teve um
designer.
Ela comenta isso.
Comenta sim e critica. Primeiro, ela
pergunta: “Onde é que está esse design
tão óbvio e perfeito no mundo real? Ela
aponta pros desastres naturais, as
doenças, o sofrimento. Qual o design
inteligente num raio que mata uma pessoa
ou numa epidemia?
Ela foca nas imperfeições, digamos
assim. Sim, e ela usa a própria analogia
do relógio contra o argumento.
Um bom relojoeiro humano sabe consertar
o relógio, da corda, ajustar. O suposto
grande relojoeiro divino, ele demonstra
essa capacidade de intervir e consertar
as falhas do mundo, tipo a ignorância ou
o vício humano. Paraa Rose, a resposta
óbvia era não.
Então, ela não só questiona o design em
si, mas a própria atuação desse suposto
designer. Exato. Ela questiona a
premissa do projeto intencional, critica
a ideia de adaptação dos meios aos fins
como prova de design. Ela dá o exemplo
famoso do peixe cego da caverna Mammuth,
lá nos Estados Unidos.
Ah, o peixe sem olhos.
Isso. Os defensores do design diziam,
viu? Deus muito sábio não deu olhos para
ele porque lá é escuro, não precisa. A
Rose contrapõe: “Isso é perfeitamente
explicável por leis naturais. A falta de
luz por gerações e gerações impede o
desenvolvimento ou a manutenção do olho.
É uma consequência do ambiente, não um
plano divino.”
Uma explicação naturalista.
Sim. E ela até tira sarro dessa lógica
teleológica com uma anedota. fala de um
pregador que louvava a providência
divina por ter colocado rios grandes
convenientemente perto das cidades
grandes e a morte muito conveniente
também só no fim da vida.
Entendi a ironia. Então, se não é design
intencional e também não é só um acaso
cego, qual a visão dela sobre o que move
o universo?
Para Rose, o universo opera por leis que
são inerentes à própria matéria. Leis
químicas, físicas, tipo atração,
repulsão, coesão. São essas leis na
interação constante delas que geram a
ordem e a complexidade que a gente vê.
Não precisa de um planejador externo,
nem de intervenção sobrenatural. E a
superstição, a busca por causas fora da
natureza,
teria sido, na visão dela, um grande
obstáculo pro avanço do conhecimento
humano sobre essas leis reais que
governam o mundo.
Isso nos leva a outra questão
importante, aquela alegação de que
acreditar em Deus é algo natural, inato,
talvez até universal na nossa expresse.
Como é que a Rose enfrenta esse
argumento?
Ah, ela rejeita isso de forma bem
direta. cita relatos da época, como os
do explorador Dr. Livingston, que dizia
ter encontrado povos na África sem um
conceito claro de um Deus supremo ou de
religião formal e que teve dificuldade
para explicar essas ideias para eles,
certo?
Mas o argumento principal dela é ainda
mais direto. Toda criança, ela afirma
nasce atia. A crença religiosa não seria
inata, mas ensinada, aprendida. E muitas
vezes ela diz incutida pelo medo. Medo
da opinião dos outros, medo de um Deus
que castiga.
Ela argumenta que se fosse natural não
precisaria ensinar.
Exatamente. Ela diz: “A gente não
precisa ensinar uma criança a ver ou a
ouvir se crer em Deus fosse natural, por
que precisaríamos de escolas dominicais,
catecismos, toda essa estrutura para
ensinar a fé? Essa afirmação de que toda
criança nasce até é bem forte, inverte
totalmente o senso comum da época, né?
Completamente. E a Rose vai além. Ela
sugere que o ateísmo seria o estado
natural e universal da mente humana, se
ela não fosse, como ela diz, pervertida
pela superstição e pelo mistério
religioso desde cedo.
Uau! E ela argumenta: “Mesmo que toda a
crença no sobrenatural sumisse do mundo
amanhã, a realidade física continuaria a
mesma, a natureza humana fundamental
também. as leis naturais continuariam
valendo e as pessoas continuariam
buscando felicidade e evitando dor,
precisando de regras para viver em
sociedade.
E aí a gente chega na questão crucial,
talvez a mais sensível para quem critica
o ateísmo, a moralidade. Sem Deus, sem
céu ou inferno, o que segura as pessoas?
A moralidade depende da religião.
A Rose defende com unhas e dentes que
não. Para ela, a moralidade não só é
independente da religião, como às vezes
pode ser até prejudicada por ela. Ela
observa que os períodos da história com
mais fé religiosa não foram
necessariamente os mais virtuosos ou
justos.
Ela dá exemplos.
Ela dá um exemplo muito forte pra época
dela, a escravidão nos Estados Unidos.
Ela aponta como a escravidão era muitas
vezes justificada com base na Bíblia e
apoiada por instituições religiosas,
tanto no Sul quanto até por algumas
vozes no norte. É importante sempre
lembrar que estamos relatando o
argumento dela de 1861.
Sim, um exemplo impactante pro contexto.
Se a moralidade não vem da religião,
segundo ela, de onde vem? Qual seria a
base?
A base para Rose é o conhecimento.
Conhecimento da natureza humana.
nossas necessidades, nossas capacidades,
nossos limites, conhecimento das leis
que regem nossa vida física, mental,
social, conhecimento dos princípios de
direito, de justiça, de humanidade,
uma base racional. Então,
totalmente. O objetivo dessa moralidade
secular seria promover saúde,
racionalidade, virtude e, principalmente
felicidade
aqui e agora. Ela critica a religião por
focar demais na visão dela, na fé cega,
no desconhecido, em recompensas e
punições futuras,
o que para ela distorceria o julgamento
moral.
Exato. E poderia levar à hipocrisia. A
moralidade que ela propõe é baseada em
fazer o bem, porque é o certo a fazer,
porque promove o bem-estar de todos. E a
recompensa seria a própria satisfação de
agir corretamente e a felicidade mútua
que sugera: “Não precisa de uma
recompensa externa”.
E aqueles sentimentos que a gente
associa muito à religião, devoção,
reverência, aquele maravilhamento diante
do sublime, isso se pederia num mundo
sem Deus na visão dela? Ela acredita que
não. Esses sentimentos nobres não
sumiam, mas seriam, digamos,
redirecionados.
A devoção que antes ia para um Deus
invisível se voltaria pra humanidade que
a gente vê, pra compaixão com quem
sofre.
E a reverência?
A reverência seria pela justiça, pela
verdade, pela beleza e complexidade da
natureza que a ciência revela, pelo
potencial humano para fazer coisas
incríveis. O maravilhamento estaria na
admiração pelo universo, pelas artes,
pelos atos de coragem e bondade.
Entendi. Os sentimentos continuam, mas o
foco muda.
Justamente. E para fechar, ela defende o
próprio termo ateu. Ela fica indignada
com a associação automática que ela via
como caluniosa entre ser ateu e ser
imoral, criminoso, depravado.
Uma associação que ainda existe muito,
né? Infelizmente, ela via isso com uma
tática desonesta usada para silenciar
quem pensava diferente. Rose insiste.
Ateísmo significa só uma coisa, não
acreditar na existência de Deus por
falta de provas consideradas
suficientes. Ponto.
E o ateu agiria moralmente por quê?
Então,
o ateu, na visão dela, age moralmente
porque busca o bem da humanidade,
baseado na razão, na empatia, no
entendimento das consequências dos atos,
não por medo de castigo divino ou
esperança de recompensa no seu. Mais por
entender que a crença ou a falta dela
não é uma escolha voluntária, mas uma
convicção que vem ou não das evidências,
o verdadeiro ateu jamais perseguiria
alguém por pensar diferente.
Resumindo então o pensamento da Ernestin
Rose que a gente explorou. Temos uma
rejeição bem sistemática das provas de
Deus na ciência e na Bíblia. aquela
ideia radical do homem criando Deus a
sua imagem, uma crítica forte à
moralidade que depende da fé religiosa e
por fim a defesa de uma ética humanista
focada na razão, no conhecimento e na
felicidade coletiva aqui nesta vida.
Sim, e é fundamental reforçar. Nossa
análise foi focada nos argumentos que a
Rose apresentou nesses trechos
específicos lá em 1861.
O objetivo foi desvendar o raciocínio
dela, que é impressionante pela lógica.
pela clareza e, sem dúvida pela coragem
imensa paraa época. Não estamos aqui
para concordar ou discordar, mas para
entender e apresentar as ideias que
estão no material. Perfeito.
Uma defesa do ateísmo
por Enesine Rose.
Meus amigos,
ao empreender a investigação da
existência de um Deus, estou plenamente
consciente das dificuldades que terei de
enfrentar.
Estou bem ciente de que a própria
pergunta produz na maioria das mentes um
sentimento de admiração, como se
pisassem o terreno proibido demasiado
sagrado e sagrado para os mortais se
aproximarem.
A própria questão os atinge com horror e
é devido esse preconceito tão
profundamente implantado pela educação e
também fortalecido pelo sentimento
público
que tão poucos estão dispostos a dar-lhe
uma investigação justa e imparcial,
sabendo muito bem que ela lança um
estigma e uma censura a qualquer pessoa
suficientemente corajosa para empreender
a tarefa.
Para empreender a tarefa,
a menos que as suas opiniões previamente
conhecidas
sejam uma garantia de que as suas
conclusões estariam de acordo e em
harmonia com a exigência popular.
Mas acreditando como acredito que apenas
a verdade é benéfica e que o erro, seja
qual for a fonte e sob qualquer nome, é
pernicioso para o homem, não considero
nenhum lugar demasiado sagrado, nenhum
assunto demasiado sagrado para a
investigação sincera do homem, pois só
assim podemos chegar à verdade, aprender
a discriminá-la do erro.
e sermos capazes de aceitar um e
rejeitar o outro.
Este não é o único impedimento a esta
investigação. Surge a pergunta: “Por
onde começaremos?”
Disseram-nos que procurando ninguém pode
encontrar Deus.
O que até agora se provou verdadeiro,
pois até agora ninguém foi capaz de
encontrá-lo. O crente mais vigoroso tem
de reconhecer que se trata apenas de uma
crença, mas não sabe nada sobre o
assunto. Onde então
procuraremos sua existência?
Entre no mundo material, pergunte às
ciências se elas podem revelar o
mistério.
A geologia fala da estrutura da Terra,
da formação dos diferentes extratos do
carvão, do granito, de todo o reino
mineral.
revela os gestos e vestígios de animais
a muito extintos, mas não nos dá nenhuma
pista pela qual possamos provar a
existência de um deus.
A história natural nos dá um
conhecimento do reino animal em geral,
os diferentes organismos, estruturas e
poderes das várias espécies. A
fisiologia ensina a natureza do homem,
as leis que governam o seu ser,
as funções dos órgãos vitais e as
condições das quais dependem apenas a
saúde e a vida. A frenologia trata das
leis da mente, das diferentes partes do
cérebro, dos temperamentos dos órgãos,
de como desenvolver alguns e reprimir
outros para produzir uma condição bem
equilibrada e saudável. Mas em toda a
economia animal, embora o cérebro seja
considerado um microcosmo,
no qual se pode traçar uma semelhança ou
relação, em tudo na natureza, não se
pode encontrar um ponto que indique a
existência de um deus.
A matemática estabelece a base de todas
as ciências exatas. ensinar a arte de
combinar números, de calcular e medir
distâncias, de se curvar para resolver
problemas, de pesar montanhas,
de sondar as profundezas do oceano, mas
não dá instruções sobre como verificar a
existência de um deus.
Entre no grande laboratório da natureza,
a química,
ela lhe falará dos vários elementos,
suas combinações e usos dos gases
evoluindo constantemente e combinando-se
em diferentes proporções,
produzindo todos os objetos variados, os
fenômenos interessantes e importantes
que contemplamos. Ela prova a
indestrutibilidade da matéria e sua
propriedade inerente, o movimento. Mas
em todas as suas operações, nenhum fato
demonstrável pode ser obtido para
indicar a existência de um deus. A
astronomia fala-nos das maravilhas do
sistema solar, os planetas em eterna
rotação, a rapidez e a certeza de seus
movimentos, a distância de planeta a
planeta, de estrela a estrela.
Ele prevê com surpreendente e
maravilhosa precisão os fenômenos dos
eclipses, a visibilidade dos cometas em
nossa terra e prova a lei imutável da
gravitação, mas silencia totalmente
sobre a existência de um Deus. Enfim,
desça as entranhas da Terra e aprenderá
que ela contém nas profundezas do
oceano. E você encontrará os habitantes
das grandes profundezas, mas nem na
terra acima, nem nas águas abaixo, você
pode obter qualquer conhecimento de sua
existência.
Suba aos céus e entre na Via Láctea. Vá
de planeta em planeta até a estrela mais
remota e pergunte aos sistemas que giram
eternamente: “Onde está Deus?”
E o eco responde: Onde?
O universo da matéria
não nos dá nenhum registro de sua
existência.
Onde iremos procurar a seguir?
Entre no universo da mente, leia os
milhões de volumes escritos sobre o
assunto e em todas as especulações,
afirmações, suposições, teorias e
credos, você só poderá encontrar o homem
estampado em uma impressão endelével
de sua própria mente. Em cada página,
ao descrever o seu Deus, ele delineou o
seu próprio caráter.
O quadro que desenhou
representa em cores vivas e indeléves à
época de sua existência, o período em
que viveu.
Foi um grande erro dizer que Deus fez o
homem a sua imagem. O homem em todas as
épocas fez o seu Deus a sua imagem.
E descobrimos que exatamente de acordo
com sua civilização, seu conhecimento,
sua experiência, seu gosto, seu
refinamento, seu senso de direito, de
justiça, de liberdade de humanidade,
assim ele fez seu Deus.
Mas seja grosseiro ou refinado, cruel e
vingativo ou gentil e generoso, um
tirano implacável ou um pai gentil e
amoroso, ainda era a emanação de sua
própria mente, a imagem de si mesmo.
Mas você pergunta,
como é que o homem pensou vir em
escrever sobre Deus?
A resposta é muito simples. A ignorância
é a mãe da superstição.
Em proporção à ignorância do homem, ele
é supersticioso. Ele acredita no
mistério.
O próprio nome tem um encanto para ele.
Não estando familiarizado com a natureza
e as leis das coisas ao seu redor, com
as verdadeiras causas dos efeitos que
testemunhou, ele as atribuiu a causas
falsas, a agentes sobrenaturais.
O selvagem, ignorando o mecanismo de um
relógio, atribui o tictaque a um
espírito. O chamado homem civilizado,
igualmente ignorante no mecanismo do
universo e das leis que o governo
atribuiu a mesma causa errônea.
Antes da eletricidade ser descoberta,
dizia-se que uma tempestade
vinha da ira de uma deidade ofendida.
A esta ficção da mente inculta, o homem
foi atribuído todo o bem humano
a sabedoria e a loucura.
O homem falou sobre ele, escreveu sobre
ele, discutiu sobre ele, lutou por ele,
sacrificou-se
e estirpou seu próximo.
Rios de sangue e oceanos de lágrimas
foram derramados para agradá-lo, mas
ninguém jamais foi capaz de demonstrar
a sua existência.
Mas a Bíblia dizem-nos, revela este
grande mistério.
Onde a natureza é muda e o homem
ignorante, a revelação fala na voz
autoritária da profecia. Então, vejamos
se essa revelação pode resistir ao teste
da razão e da verdade. Deus, dizem-nos,
é onipotente, onisciente e onipresente,
todo sábio, todo justo, todo bom, que
ele é perfeito. Até agora tudo bem, pois
menos do que a perfeição era indigno de
um Deus.
O primeiro ato dele registrado é que ele
criou o mundo do nada, mas infelizmente
a revelação da ciência, a química, que
se baseia não em palavras escritas, mas
em fatos demonstráveis,
diz que o nada
não tem existência
e, portanto, do nada poderia ser feito.
Apocalipse nos diz que o mundo foi
criado em seis dias.
Aqui a geologia intervém e diz que são
necessárias milhares de eras para formar
os vários extratos da Terra.
A Bíblia nos diz que a Terra era plana e
estacionária e o Sol se move ao redor da
Terra.
Copérnico e Galileu negam
categoricamente essa afirmação e
demonstram pela astronomia que a Terra é
esférica e gira em torno do Sol.
Apocalipse nos diz que no quarto dia
Deus criou o sol, a lua e as estrelas. A
astronomia chama isso de história da lua
e diz que os primeiros três dias antes
de a grande tocha ser fabricada e
suspensa na grande lanterna acima devem
ter sido bastante escuros.
A divisão das águas acima das águas
abaixo e a criação dos objetos menores,
eu deixo de lado e chego imediatamente
ao sexto dia. Terminada em cinco dias
esta estupenda produção, com as suas
imponentes
imponentes montanhas,
os seus vastos mares, os seus campos e
bosques, abasteceu as águas com peixes.
Desde a baleia, desde a baleia que Jonas
foi engolido até o pequeno arenque
holandês, povoou as florestas com
habitantes, desde o tigre, leão, urso,
elefante
com sua tromba, o dromedário com sua
corcunda, o veado com seus chifres, o
rostinol com suas melodias, até a
serpente que tentou a mãe Eva cobriu os
campos de vegetação que enfeitou os
jardins com flores, pendurou as árvores
com frutos e examinando este mundo
glorioso que se estendia como um mapa
diante dele, a questão surgiu
naturalmente.
Para que serve tudo isso? A menos que
existam seres capazes de admirar, de
apreciar e de desfrutar as delícias que
este belo mundo pode proporcionar.
E adequando a ação ao impulso, ele
disse: “Façamos o homem”. Então, Deus
criou o homem, a sua imagem. A imagem de
Deus o criou. Homem e mulher os criou.
Presumo pelo termo imagem,
não devemos entender uma semelhança
próxima de rosto ou forma, mas na imagem
semelhança de seu conhecimento, seu
poder, sua sabedoria e perfeição.
Tendo assim feito o homem, ele o colocou
a eles
no jardim do Éden, o lugar mais adorável
e encantador do topo da criação, e
ordenou-lhes com a única restrição de
não que não comerem a da árvore do
conhecimento,
que viverem,
amar e ser feliz.
Que retrato delicioso poderíamos apenas
descansar aqui. Mas será que esses seres
recém-sídos das mãos da sabedoria
onipotente, a imagem de cuja imagem
foram feitos, responderam ao grande
objetivo de sua criação?
Infelizmente não.
Assim que foram instalados em seu lar
paradisíaco, violaram a primeira,
a única ordem que lhes foi dada, e
caíram de sua posição elevada. E não
apenas eles, mas por uma justiça
singular daquele criador misericordioso.
Sua posteridade inocente para todas as
gerações vindouras caiu com eles.
Isso indica sabedoria e perfeição no
criador ou na criatura.
Mas qual foi a causa desta tremenda
queda que frustrou
todo o designo da criação?
A serpente tentou a mãe Eva e ela
como uma boa esposa tentou o marido.
Mas Deus não sabia quando criou a
serpente que ela tentaria a mulher e que
ela era feita de materiais tão frágeis.
a costela de Adão
que não seria capaz de resistir a
tentação.
Se ele não sabia, então o seu
conhecimento estava errado. Se o fez,
mas não conseguiu evitar essa
calamidade, então o seu poder foi
culpado.
Se ele sabia e podia, mas não queria,
então a culpa era de sua bondade.
Escolha o que você quiser e será
igualmente fatal para o mestre.
O Apocalipse nos diz que Deus fez o
homem perfeito e o achou imperfeito.
Então ele declarou todas as coisas boas
e as considerou desesperadamente ruins.
E Deus viu que a maldade do homem era
grande na terra e que toda a imaginação
do pensamento de seu coração era má
continuamente.
E o Senhor se arrependeu de ter feito o
homem na terra e isso lhe pesou no
coração. E o Senhor disse: “Destruirei
da face da terra o homem que criei,
tanto os homens como os animais, os
répteis e as aves do céu, porque me
arrependo de tê-los feito.”
Então ele destruiu tudo, exceto Noé com
sua família e alguns animais domésticos.
É difícil dizer porque ele os salvou. A
menos que fosse para reservar materiais
como estoque para começar um novo mundo.
Mas na verdade a julgar pelo caráter
daqueles que ele salvou por meio de seus
descendentes, parece-me que teria sido
muito melhor. Ele teria causado muito
menos problemas tê-los deixado escapar
também.
com sua experiência aprimorada, criado
um novo mundo de materiais frescos e
superiores.
Do jeito que aconteceu, até mesmo essa
destruição em massa foi um fracasso.
O mundo não era um jota melhor depois do
dilúvio do que antes. Seus filhos
escolhidos eram tão maus.
E ele teve que enviar seus profetas
repetidas vezes para ameaçar, amedrontar
a pessoa de
e lhesongear-los
para que se comportassem bem. Mas tudo
sem efeito.
Eles foram piorando cada vez mais e
tendo feito uma aliança com Noé,
depois que ele sacrificou todo animal
limpo e toda a ave limpa, o Senhor
sentiu cheiro suave. E o Senhor disse em
seu coração: “Não voltarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem,
pois a imaginação do coração do homem é
má desde sua juventude. Nem voltarei a
ferir tudo o que vive como fiz.” E assim
ele foi forçado a recorrer à última e
triste alternativa de enviar seu filho
unigênito,
seu segundo eu, para salvá-los. Mas,
infelizmente
os seus não receberam. E por isso ele
foi obrigado a adotar os gentios
e morrer para salvar o mundo.
Ele conseguiu.
Mesmo assim,
o mundo está salvo.
Salvem-me de quê? Da ignorância.
Está tudo em nossa volta. da pobreza, do
vício, do crime, do pecado, da miséria e
da vergonha.
Abunda em todos os lugares. Olhem para
seus asilos, suas prisões, seus asilíos
para lunáticos. Contemple o chicote, os
instrumentos de tortura e de morte.
Pergunte ao assassino ou à sua vítima.
Ouça os delírios do maníaco, os gritos
da angústia, os gemidos de desespero.
Marque os atos cruéis do tirano, os
crimes da escravidão e o sofrimento dos
oprimidos. Conte os milhões de vida
perdidas pelo fogo, pela água e pela
espada. Messo sangue derramado, as
lágrimas derramadas, e suspiros de
agonia, extraídos das vítimas
no altar do fanatismo.
E diga-me de onde o mundo foi salvo? E
por que não foi salvo? Porque Deus ainda
permite que esses horrores aflijam a
raça humana?
A unisciência não sabe disso. Poderia a
Unipotência não fazer isso? Será que a
infinita sabedoria,
poder
e bondade
permitiriam que seus filhos vivessem,
sofressem e morressem? Não. A humanidade
revolta-se contra tal suposição.
Ah, nem agora, nem aqui, diz o crente,
Doravante, ele os salvará.
Salve-os daqui em diante de quê? Da maçã
comida pela nossa mãe Eva que zombaria.
Se um pai rico deixasse seus filhos
viverem na ignorância, na pobreza e na
miséria durante toda a vida, e lhes
oferecesse a promessa de uma fortuna em
algum momento do futuro, ele seria
justamente considerado um criminoso ou
um louco. O pai é responsável pelos seus
descendentes, o criador pela criatura.
O testemunho do apocalipse falhou.
O seu relato da criação do mundo
material é refultado pela ciência.
O seu relato da criação do homem, a
imagem da perfeição, é refutada pela sua
própria evidência interna.
Para testar o Deus da Bíblia pela
justiça e benevolência, ele não poderia
ser bom para testá-lo pela razão e pelo
conhecimento. Ele não poderia ser sábio.
Para testá-lo à luz da verdade, a regra
da consciência, devemos chegar à
conclusão inevitável de que, tal como o
universo da matéria e da mente,
esta pretensa revelação também não
conseguiu demonstrar a existência de um
Deus.
Parece-me que ouço o crente dizer: “Você
é irracional.
Você exige uma impossibilidade.
Somos finitos e, portanto, não podemos
compreender, muito menos definir e
demonstrar o infinito. Certo? Mas se sou
irracional,
ao pedir-lhe que demonstre a existência
do ser em que você deseja que eu
acredite,
você não é infinitamente mais irracional
em esperar que eu acredite, me culpe,
persiga e me castigue por não acreditar
naquilo que você tem que acreditar,
reconhecer que você não consegue
entender.
diz o cristão, o mundo existe e,
portanto, deve ter havido um Deus para
criá-lo. Isso não acontece. O simples
fato de sua existência não prova a
existência de um criador. Então, como
surgiu o universo?
Nós não sabemos. Mas a ignorância do
homem certamente não é prova da
existência de um Deus. No entanto, foi
precisamente sobre essa ignorância que
ela foi baseada e é mantida
pelo pouco conhecimento que temos.
Justificamos-nos na afirmação de que o
universo nunca foi criado pelo simples
fato de que nenhum dos seus átomos
poderá alguma vez ser aniquilado. Supor
um universo criado é supor uma época em
que ele não existia. E isso é um absurdo
evidente. Além disso,
estava o criador antes de ser criado?
Não.
Onde ele está agora?
fora desse universo que significa tudo
em tudo acima, abaixo e ao redor.
Esse é outro absurdo. Ele está contido
dentro.
Então ele poderá ser apenas uma parte,
pois o todo inclui todas as partes. Se
fosse apenas uma parte, então ele não
poderia ser seu criador, pois uma parte
não pode criar o todo, mas o mundo não
poderia ter se criado sozinho.
Verdadeiro, nem poderia Deus ter se
criado.
E se você precisa de um Deus para fazer
o mundo, você terá a mesma necessidade
de ter outro para fazê-lo e outros ainda
para fazê-los. E assim por diante, até
que a razão e o bom senso fiquem
paralisados.
O mesmo argumento se aplica a uma causa
primeira.
Não podemos admitir uma causa primeira,
nem uma causa última.
O que é uma causa primeira? Aquele
imediatamente anterior ao último efeito,
que por sua vez era um efeito para uma
causa, um efeito para as causas, eles
próprios efeitos.
Tudo que conhecemos é uma cadeia eterna
de causas e efeito, sem começo e sem
fim.
Mas não há provas da inteligência de
design e consequentemente de um
designer.
Não vejo nenhuma evidência disso. O que
é inteligência?
Não é uma coisa, uma substância,
uma existência em si, mas simplesmente
uma propriedade da matéria
manifestando-se através de organizações.
Não temos conhecimento, nem podemos
conceber inteligência separada da
matéria organizada. E descobrimos que
desde o menor e simples inseto,
passando por todos os elos e gradações
da grande cadeia da natureza até o
homem, exatamente de acordo com o
organismo, a quantidade e a qualidade do
cérebro, assim como as capacidades de
receber impressões, o poder de retê-las
e as habilidades de manifestá-las e a e
transmiti-las a outros, ou seja, de ter
a sua natureza peculiar cultivada e
desenvolvida, de modo a suportar frutos,
assim como a terra cultivada produz
vegetação, frutos físicos.
Não sendo capaz de reconhecer uma
inteligência independente, não consigo
perceber nenhum projeto ou designer,
exceto nas obras do homem.
Mas diz palei,
o relógio não prova que você é um
relojoeiro,
um designer e, portanto, um designer.
Quanto mais então o universo, sim, o
relógio mostra o design e o relioeiro
não nos deixou no escuro sobre o
assunto,
mas carimbou clara e distintamente o seu
designer
no mostrador do relógio.
Está tão claramente estampado no
universo.
Onde está o design no carvalho para
crescer até a sua altura majestosa? Ou
no raio que o despedaçou na formação da
asa do pássaro para lhe permitir voar de
acordo concordo com os impulsos da sua
natureza? ou no esportista para
derrubá-lo enquanto voa,
na borboleta para dançar ao sol ou está
sendo esmagado pelos dedinhos de uma
criança. projeto na capacidade do homem
de adquirir conhecimento ou em seu
tatear na ignorância, na necessidade de
obedecer as leis da saúde ou na violação
delas, o que produz doenças
no desejo de ser feliz ou das causas que
o impedem e o fazem viver na labuta, na
miséria e no sofrimento.
O relojoeiro não apenas estampou seu
desenho no mostrador do relógio, mas
também ensinou como dar corda quando ele
está esgotado,
como consertar o maquinário quando
estiver fora de serviço e como colocar
uma nova mola quando a antiga está
quebrada e deixar o relógio tão bom como
sempre.
Será que o grande relojoeiro, como é
chamado, demonstra a mesma inteligência
e poder manter eu ensinar
os outros a manter este mecanismo
contemplado? O homem sempre é em bom
estado.
E quando a fonte da vida se rompe,
substitua por outra
e deixe-o do mesmo jeito. Se uma
inteligência infinita projetasse o homem
para possuir conhecimento, ele não
poderia ser ignorante para ser saudável.
Ele não poderia estar doente para ser
virtuoso. Ele não poderia ser vicioso
para ser sábio. Ele não poderia agir tão
totalmente a ponto de se preocupar com
os deuses e negligenciar seus próprios
interesses.
Mas diz o crente,
aqui está uma maravilhosa adaptação dos
meios aos filhos.
O olho
para ver, o ouvido para ouvir, etc. Sim,
isso é maravilhoso, mas nem pouco mais
do que os olhos fossem feitos para ouvir
e os ouvidos para ver.
Os defensores do designer usa por vezes
argumentos muito estranhos.
Um amigo meu, um homem muito
inteligente, com um gosto bastante
científico, esforçou-se certa vez para
me convencer de um desígnio providencial
a partir do fato de que um peixe que
sempre viveu na caverna
monot de Kentuck era totalmente cego.
Aqui disse ele:
“Há uma forte evidência naquela caverna
escura onde nada se via. O peixe não
precisava de olhos e, portanto, não os
tinha. Ele esqueceu o fato demonstrava
de que o elemento luz é indispensável na
formação do órgão da visão, sem o qual
ele não poderia ser formado.
E nenhuma providência ou deus poderia
permitir que os peixes vissem.
Aquela história do peixe me lembra um
pregador metodista que provou a
sabedoria e a benevolência da
providência ao sempre colocar os rios
perto das grandes cidades e a morte no
fim da vida. Pois, ó meus queridos
ouvintes disse ele, o que teria sido de
nós se ele tivesse colocado isso no
início?
Tudo é maravilhoso, maravilhoso na
proporção em que somos ignorantes, mas
isso não prova nenhum design ou design.
Mas as coisas acontecem por acaso?
Eu sou questionado, ó, não.
Não existe acaso.
Existe apenas a mente pervertida do
crente que, embora insista que Deus era
a causa de tudo, o deixa sem qualquer
causa.
O ateu acredita tão pouco em um quanto
no outro.
Ele sabe que nenhum efeito poderia
existir sem uma causa adequada, que tudo
no universo é governado por leis.
O universo é um vasto laboratório
químico em constante operação pelas suas
forças internas. As leis ou princípios
da atração, coesão, repulsão, produzem
um uma sucessão
interminável.
os fenômenos de composição, decomposição
e recomposição.
O como somos demasiado ignorantes para
compreender, demasiado modestos para
presumir e demasiado honestos para
professar.
Se o homem tivesse sido um investigador
paciente e imparcial
e não tivesse atribuído com presunção
infantil tudo o que não conseguia
compreender a causas sobrenaturais, dado
nomes para esconder sua ignorância, mas
observado as operações da natureza, ele
sem dúvida teria sabido mais,
seria mais sábio e mais feliz.
Do jeito que está, a superstição sempre
foi o grande obstáculo à aquisição de
conhecimento.
Cada passo progressivo do homem colidiu
contra a espada de dois gummens
da religião,
a cujas estreitas restrições
ele teve que sucumbir com demasiada
frequência
ou avançar à custa dos interesses da
reputação e até da própria vida.
Mas dizemos que a religião é natural, a
crença em um Deus universal, se fosse
natural, então seria de fato universal,
mas não é. Temos amplas evidências em
contrário.
De acordo com o Dr. Linvstone,
existem tribos ou nações inteiras
civilizadas, morais e virtuosas? Sim,
tão honestos que expõem seus produtos à
venda sem proteção ao valor atribuído a
eles, confiando na honra do comprador
para pagar o preço adequado. No entanto,
essas pessoas não têm a mais remota
ideia de um Deus.
E ele achou isso impossível para
transmiti-lo a eles. E em todas as
épocas do mundo, alguns dos mais
civilizados, os mais sábios e os
melhores eram totalmente incrédulos,
mas não ousavam confessá-lo abertamente,
exceto com risco de suas vidas.
A proscrição,
a tortura e a estaca foram consideradas
os meios mais eficientes para selar os
lábios dos hereges.
E embora a marcha do progresso tenha
quebrado as máquinas infernais e
extinguido o fogo da inquisição,
a proscrição
e as perseguições mais refinadas, mas
não menos cruéis e amargas. de uma
opinião pública intolerante e
preconceituosa dos países protestantes,
bem como nos os católicos por causa da
crença, são suficientes para impedir os
homens de confessar honestamente seus
verdadeiros sentimentos sobre a Su.
Portanto, há poucos que possuem a
coragem moral de um humbold.
Se a crença em um Deus fosse natural,
não haveria necessidade de ensiná-la.
As crianças o possuiriam tanto quanto os
adultos, os leigos, tanto quanto os
sacerdotes, os pagãos, tanto quanto os
missionários.
Não temos que ensinar os elementos
gerais da natureza humana, os cinco
sentidos, visão, lição, fato, faladá e
tatu. Eles são universais.
O mesmo aconteceria com a religião se
fosse natural, mas não é. Pelo
contrário, é um fato interessante e
demonstrável que todas as crianças são
ateias.
E se a religião não fosse inculcada nas
suas mentes, elas permaneceriam assim.
Mesmo assim, eles são ótimos céticos até
que se tornem conscientes da arma
potente pela qual é a religião sempre
foi propagada. o saber, o medo, medo do
açoite, da opinião pública aqui e de um
Deus ciumento e vingativo no futuro.
Não, não há religião na natureza,
na natureza humana, nem na natureza
humana,
nem na religião.
É puramente artificial o resultado da
educação, enquanto o ateísmo é natural.
E se a mente humana não fosse pervertida
e confusa pelos mistérios e loucuras da
superição, seria universal.
Mas as pessoas foram levadas a acreditar
que se não fosse pela religião, o mundo
seria destruído, o homem se tornaria um
monstro caos e a confusão reinariam
supremos.
Estas noções errôneas concebidas na
ignorância, propagadas pela superstição
e mantidas vivas por um sacerdócio
interessado e e corrupto, que engorda
com a credulidade dos públicos, são
muito difíceis de serem erradicadas,
mas varrer toda a crença no sobrenatural
da face da Terra e o mundo permaneceria
o mesmo. As estações seguiriam-se
seguir
seguir se iam
numa sucessão regular, numa sucessão
regular.
As estações seguir-se iam numa sucessão
regular, as estrelas brilhariam no
firmamento. O sol derramaria sobre nós
sua influência benigna e vivificante.
De luz e calor, as nuvens descarregariam
seu fardo em chuvas suaves e
refrescantes. Os campos cultivados
produziriam vegetação.
O verão amadureceria o grão dourado.
Pronto para a colheita, as árvores
dariam frutos, os pássaros cantariam de
acordo com seu instinto feliz, e toda a
natureza sorriria
tão alegremente ao nosso redor como
sempre. Nem o homem degeneraria, ó, não.
Sua natureza também permaneceria a
mesma.
Ele teria que ser obediente às leis
físicas, mentais e morais do seu ser ou
sofrer a pena natural pela sua violação,
observar os mandatos da sociedade ou
receber a punição. Suas afeições seriam
igualmente calorosas, o amor pela
autopreservação igualmente forte, o
desejo de felicidade e o medo da dor
igualmente grandes.
Ele amaria a liberdade, a justiça e a
verdade
e odiaria a opressão, a fraude e a
falsidade tanto como sempre.
varra do globo toda a crença no
sobrenatural e você
afugentará toda a fraternidade de
espectros fantasmas e doentes que t
confundido e confundido tanto a mente
humana que dificilmente um raio claro da
luz da razão pode penetrá-la. Você
limparia e purificaria o coração das
ervas daninhas nocivas e venenosas da
superção. Com seus frutos amargos e
imortais, hipocrisia e intolerância
e encheria de caridade e tolerância para
com a humanidade errante.
Você daria ao homem coragem para
sustentá-lo nas provações e nos
infortúnios? adoçaria seu temperamento,
lhe daria um novo entusiasmo pelos
deveres, pelas virtudes e pelos prazeres
da vida.
A moralidade não depende da crença em
nenhuma religião.
A história dá ampla evidência de que
quanto mais crença, menos virtude e
bondade.
Nem precisamos voltar aos tempos antigos
para ver os crimes e atrocidades
perpetradas sobre a sua sanção.
Temos o suficiente em nossos próprios
tempos. Olhe para a crise atual, para o
sul, com 4 milhões de seres humanos em
escravidão, comprados e vendidos como
bens móveis brutos sob a sanção da
religião de Deus, que os reverendos Van
Dick e os raffles do norte endossam
plenamente.
E o sul reclama que as reformas do norte
se devem à infidelidade.
Moralidade depende de um conhecimento
preciso da natureza do homem, a das leis
que regem o seu ser, dos princípios do
direito, da justiça e da humanidade e
das condições necessárias para torná-lo
saudável, racional, virtuoso e feliz.
A crença num Deus não conseguiu produzir
este fim desejável, pelo contrário,
embora não pudessem melhorar o homem,
tornou o pior. Pois ao preferir a fé
cega em coisas invisíveis e
desconhecidas à virtude a moralidade,
ao dirigir sua atenção do conhecimento
para o desconhecimento,
do real para o imaginário, do certo para
um futuro imaginário, do medo de si
mesmo, do medo do resultado natural do
pício e do crime para algum despotar
caprichoso, perverteu seu julgamento.
degradou em sua própria opinião,
corrompeu seus sentimentos, destruiu seu
senso de direito, de justiça e de
verdade, e fez dele um covarde moral e
um hipócrita. O açoite de uma outra vida
não é um guia para nós aqui. O medo
distante não pode controlar a paixão
presente.
É muito mais fácil confessar os seus
pecados no escuro do que reconhecê-los
na luz, fazer as pazes com um Deus que
você não vê
do que com um homem que você vê. Além
disso, a religião sempre deixou uma
porta dos fundos aberta
para os pecadores escaparem na última
hora. Mas ensine o homem a fazer o que é
certo, a amar a justiça, a reverenciar a
verdade, a ser virtuoso, não porque um
Deus o recompensaria ou puniria no
futuro, mas porque isso é certo. E como
cada ato traz a sua própria recompensa
ou a sua própria punição, seria melhor
promover o seu interesse promovendo o
bem-estar da sociedade.
Deixe o sentir a grande verdade de que a
nossa maior felicidade consiste em
tornar felizes todos os que nos rodeiam
e seria um guia infinitamente mais
verdadeiro, o seguro para o homem,
para uma vida de utilidade, virtude,
moralidade, do que todas as crenças em
todos em todos os deuses já imaginados.
Os religiosos mais refinados e
transcendentais muitas vezes me disseram
que se você acabar com a religião,
destruirá o elemento mais belo da
natureza humana, o sentimento de devoção
e reverência, idealidade
e sublimidade.
Isso também é um erro.
Esses sentimentos seriam cultivados da
mesma forma, só que transferiíamos a
devoção do desconhecido
para o conhecido.
Desde os deuses que se existissem não
poderiam precisar dele, até o homem que
precisa.
Em vez de referenciar uma existência
imaginária, o homem aprenderia a
reverenciar a justiça e a verdade. A
idealidade e a sublimidade realçariam
seus sentimentos e permitiriam que ele
admirasse e desfrutasse as belezas em
constante mudança da natureza. Os vários
e quase
ilimitados poderes e capacidades da
mente humana. os encantos requintados e
indescritíveis de um homem bem
cultivado, altamente refinado, virtuoso
e nobre.
Mas não só os sacerdotes tentaram tornar
odioso o próprio termo ateísmo, como se
isso fosse destruir tudo o que há de bom
e belo na natureza, mas também alguns
dos reformadores,
não tendo a coragem moral de confessar
os seus próprios sentimentos, desejando
ser populares,
temendo que suas reformas sejam
consideradas infiéis,
como todas as reformas Certamente o são.
Protegem-se do estigma, juntando-se o
discurso contra o at o ateísmo e
associando a tudo que viu, crime, a
escravidão, a corrupção da igreja e
todos os vícios imagináveis. Isso é
falso e eles sabem disso. O ateísmo
protesta contra esta injustiça. Ninguém
tem o direito de dar ao termo uma
interpretação falsa e falsada
para atender os seus próprios
propósitos.
Isso também se aplica a alguns dos
infiéis que esticam a e forçam o termo
até a sair de seu significado legítimo.
Os termos episcopal, unitário,
universalista para significar visto e
cororrupção como o termo teu, que
significa simplesmente uma descrença em
um deus. Por quê? Não encontrando
demonstração de sua existência, a razão
do homem não lhe permitirá acreditar.
nem sua convicção bancar o hipócrita e
professar aquilo que não acredita.
Delehe o seu verdadeiro significado e
ele suportará as consequências.
Mas não prendam a isso os vícios que
pertencem a vocês mesmos. A hipocrisia é
a mãe prolífica de uma grande família.
Concluindo, o ateu diz ao crente honesto
e consciencioso:
“Embora eu não possa acreditar no seu
Deus, a quem você falhou em demonstrar,
eu acredite no homem,
se não tenho fé em sua religião, tenho
fé. Fé ilimitada, inabalável nos
princípios do direito, da justiça e da
humanidade.
Qualquer bem que você esteja disposto a
fazer por causa de seu Deus, estou
disposto a fazer por causa do homem.
Mas os crimes monstruosos que o crente
cometeu ao perseguir e exterminar o seu
próximo por causa da diferença de
crença. O ateu sabendo que a crença não
é voluntária, mas depende de provas. E,
portanto, não pode haver mérito na
crença de qualquer religião, nem
demérito na descrença em todos eles.
Nunca poderia ser culpado.
Qualquer bem que você fizesse por medo
de punição ou esperança de recompensa no
futuro, o ateu faria simplesmente porque
é bom. E sendo assim, ele receberia uma
recompensa muito mais segura e certa,
proveniente de fazer o bem. O que seria?
O que seria e constituem seu prazer e
promovem sua felicidade.
Paula
eu tenho uma coisa para te dizer. Eu
tenho cinco filhos.
[música]
Bimba, tu hai preso il mio cuore.
Non [música] così non si fa. Eu
acho que a gente promete. Chegou o novo
Rava H9, um grande carro para grandes
aventuras.
A Câmara dos Deputados aprovou um
projeto que chamou bastante atenção,
pode dificultar o acesso de crianças e
adolescentes vítimas de violência sexual
ao aborto legal. Essa medida interrompe
resolução do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente,
que foi aprovada em dezembro do ano
passado e possibilita o aborto em
menores que relatem gestação após casos
de abuso sexual ou em casos de risco à
vida da gestante ou aencefalia do feto.
O projeto que dificulta a medida foi
colocado em pauta com amplo apoio dos
partidos de centro e também da direita.
A base governista se manifestou contra e
para os deputados a prioridade ao desejo
da criança contraria o Código Penal que
atribui aos pais ou responsáveis essa
decisão. A proposta agora vai ser
encaminhada para análise do Senado.
Paula
Alexandre,
eu tenho uma coisa para te dizer.