[Música]
[Música]
fala meus queridos e minhas queridas
amigas tudo bem com vocês eu espero que
esteja tudo bem com vocês comigo comigo
comigo tá só alegria comigo tá só o
prazer comigo tá sóa satisfação porque
hoje com muito orgulho trago para este
humilde canal senhor Ricardo Oliveira da
Silva também conhecido aqui na internet
como Ricardo Russell Ricardo Russell é
professor de história pela Universidade
Federal de Santa Maria ele tem o
mestrado e o doutorado na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e é
professor adjunto da nossa querida
Universidade Federal também é Federal
acho que é Federal Federal do Mato
Grosso do Sul nosso camarada Ricardo ele
é uma da que aquelas pessoas que tá lá
na academia naquela Torre de Marfim da
desgraça só que ele desce para cá ele
vem aqui pro chão de do do do do mundo
dos seres humanos normais e ele tem uma
certa participação no YouTube já há
algum tempo fazendo divulgação do
ateísmo eu não sei se meu áudio meu
áudio tá estourado me corrijam aí se eu
tiver errado
Eh e ele faz essa participação aqui no
YouTube há algum tempo fazendo a
divulgação do ateísmo
o nosso camarada Ricardo também tem um
grupo de pesquisa tá se vocês querem são
historiadores vocês querem estudar
ateísmo história do ateísmo no Brasil e
no
World vocês têm a possibilidade de
estudar com o Ricardo lá na gloriosa
Universidade do Mato Grosso do Sul
Ricardo por favor tome a palavra e me
explique o que levou vossa excelência a
querer estudar Exatamente esse tema da
história do secularismo e do ateísmo no
Brasil meu querido com a palavra por
favor Tá certo boa noite Pedro boa noite
todos todas aí que estão participando da
Live uma satisfação queria agradecer o
convite e eh cumprimentar todo mundo aí
que tá assistindo Todo mundo que vai
assistir também depois a Live Então é
isso né o Pedro fez uma um Panorama
biográfico
eu sou de Santa Maria do Rio Grande do
Sul tive minha formação a minha
graduação em Santa Maria depois fui para
Porto Alegre e Em
2014 eu vim aqui para pro Mato Grosso do
Sul na Universidade Federal do Mato
Grosso do Sul no Campus de Nova
Andradina né para quem não sabe a
ufms ela é multicamp então são vários
Campus espalhado em algumas cidades e eu
tô num Campus aqui do interior próximo à
divisa com Estado de São Paulo e o
estado do Paraná então Pedro essa
pergunta Ela é bem interessante e muito
oportuna para para alguns
esclarecimentos né Eh eu trabalho com eu
venho fazendo pesquisa sobre a história
do ateísmo né agora já já pode se dizer
Já faz alguns anos mas
eh veja só isso não tem uma relação
Direta com o fato de eu ser uma a pessoa
ateia né Se tem alguns pesquisadores que
que não gostam muito de se posicionar né
em relação à aquilo que tá tá
pesquisando mas eu não tenho problema em
relação a isso entendeu então eu ah eu
sou eu eu me identifico como uma pessoa
ateia e isso tem muitos anos na verdade
até tava hoje buscando
eh as informações eu tenho aqui uns
algumas anotações desde 2002 eu tinha 18
anos né hoje eu tenho 40
tá entendeu mas a a o meu envolvimento
com a história do ateísmo então o
ateísmo se transformando num num tema de
pesquisa começa em 2018 hum começa em
2018 né Eh curiosamente é o ano em que o
bolsonaro ele é eleito presidente tá tem
né um contexto político ali que ajuda um
pouco a explicar mas tem um um detalhe
que eu diria mais
eh particular relacionada à minha
trajetória de trabalho que me fez que me
fez pensar né sobre as questões
envolvendo religiosidade e a questão da
descrença também que acabou me motivando
o fato é o seguinte veja só
e a minha formação em Santa Maria
eh ela ocorreu entre 2002 e 2006 eu fiz
a minha graduação depois eu parti já
para Porto Alegre no ano seguinte
E aí fui fiz o mestrado e na sequência
eu emendei eu emendei o doutorado lá na
Federal do Rio Grande do Sul que eu
terminei em 2013 então digamos assim eu
fiquei estudando né graduação mestrado e
doutorado de maneira contínua
de 2002 A
2013 E aí o que que tem eu vivi nesses
espaços que eu estive naquele momento
não saberia dizer hoje mas naquele
momento eu vivi em espaço
muito muito laicos muito seculares no
espaço acadêmico entendeu ão assim o que
que eu quero dizer com isso né eu tinha
tinha os colegas tinha os professores
tinha as professoras e eles tinham né
suas suas posições suas convicções
religiosas alguns não tinham né mas não
eram muitos assim pelo menos que falavam
sobre isso
Eh mas era um ambiente muito saudável em
termos de discussão sobre todos os tipos
de assuntos relacionados né à área da
história muito bem 2014 eu eh venho pro
Mato Grosso do Sul para dar aula num
curso de história que fica numa cidade
do interior do Estado aqui já é região
centroeste e o que que vai
acontecer eu eu chego aqui e eu me
deparo com uma realidade diferente eu me
eu me deparo com uma realidade onde
muitos dos meus alunos e das minhas
alunas
eles eram
evangélicos entendeu mas aqui o problema
não é o ser evangélico O problema é que
esses alunos e essas alunas eles não
conseguiam fazer a
separação entre a sua crença
individual com o papel que eles estavam
desempenhando dentro da sala de aula que
era um processo de formação para ser
professor e ser professor
então eles começavam a
pautar determinados assuntos em sala de
aula
eh
mostrando contrariedade com algumas
discussões e com alguns temas que iam de
encontro as suas convicções
religiosas e eu cheguei a ter
professores colegas
que manifestava um certo receio em falar
sobre algumas coisas em sala de aula
para não enfim né sensibilizar
Eh as crianças religiosas eu falei isso
é inadmissível processo de autocensura
dentro do Meio acadêmico
tá esses alunos e essas alunas eles têm
que ter consciência de que eles vão se
formar e eles vão entrar numa sala de
aula e a crença religiosa deles não pode
entrar em sala de aula a visão de mundo
religiosa deles não pode determinar o
que que vão falar e o que que não vão
falar falar e a maneira como vão falar
porque eles vão estar lidando ali com um
público que vai ter as mais variadas
crenças ou também não crenças tá então
eh então aquilo foi um choque para mim
eu vem eu vinha de uma realidade bem
diferente e me deparo com essa realidade
2014 2015 2016 até a época da pandemia
ainda encontravam um pouco disso hoje em
dia eh isso tá mudando aqui também né Já
já diminuiu bastante a fervura de dessas
questões religiosas dentro da sala de
aula mas aí no meio desse processo eu
resolvi até de uma maneira provocativa
né eu falei eu vou falar sobre ateísmo
para esses alunos né já que eles estão
assim tão né aguerridos em defender as
suas convicções religiosas né e não tem
problema que defenda suas convicções
religiosas Mas a questão é que a gente
tá aqui num ambiente eh que tem um outro
propósito então eu vou fazer uma
discussão sobre ateísmo mas vou fazer
essa discussão sobre ateísmo de uma
forma acadêmica então em
2018 eu criei uma disciplina tá que era
não era obrigatória era uma disciplina
opcional né então os alunos não tinham
obrigação de fazer a disciplina mas eu
criei uma disciplina chamada história do
ateísmo fui lá elaborei uma ementa
busquei uma bibliografia na época até
foi um processo um pouco difícil fazer
isso eh peguei uma bibliografia lá
montei uma proposta mandei lá pro pro
colegiado curso de História pessoal leu
foi aprovado e em 2019 eu entrava em
sala de aula dando eh pela primeira vez
um curso de história do ateísmo E aí
depois em 2022 aconteceu o segundo curso
de história do ateísmo e a partir daí a
coisa foi foi crescendo é E aí foi para
internet também pelo fato de que eu
comecei a fazer divulgação e o pessoal
começou a pedir material e aí até Foram
uns alunos que me incentivaram faz uns
vídeos aí e tal coloca na internet aí
para todo mundo poder ver E aí a coisa
foi pra
frente e conta pra gente um pouco como é
que foi a adaptação que você
fez D PR para que desse trabalho que
você fez dentro da Universidade saiu uma
publicação
e essa publicação eu tive acesso na
verdade você vai poder dizer mais você
teve duas publicações a segunda eu não
tive acesso ainda eu não não conheço
conteúdo mas a primeira eu tive acesso e
ela dá a
tônica do título aqui deste vídeo em que
você trata a história do ateísmo
especificamente no Brasil
e faz uma exposição ali das relações que
a gente tem
com o desenvolvimento do anarquismo e do
comunismo aqui em território brasileiro
e como isso tá emisu ou imcu com a
divulgação do ateísmo no território
brasileiro eu queria que você fizesse
uma abordagem que em certa medida
entrasse no conteúdo desse livro e em
certa Ah e em certa medida me Contasse
também como é que foi a a a a o processo
de publicação e eu te explico por que me
interessa esse esse tema eu e mais uns
camaradas aqui de Brasília a gente tá
pensando em se organizar para tentar
fazer uma publicação que inclusive eu te
convidei para para fazer parte desse
processo mas eu queria saber
especificamente como é que foi para
encontrar a editora como é que foi para
desenvolver a capa questões de de de
trabalho de de de base mesmo assim como
é que saiu de você fazer um trabalho
acadêmico para ele virar esse título
tá e Beleza então assim e como eu acabei
de falar quando eu fui montar o programa
na disciplina eu tive muita dificuldade
em encontrar material né Eh
principalmente na área da história né
que minha formação é toda na área da
história então eu tenho né uma um certo
interesse aqui com com esse meu campo
profissional então eu tive muita
dificuldade
e E aí eu resolvi né aliás eu tive tanta
dificuldade num primeiro momento que eu
cheguei a ter dúvida se é realmente era
viável né uma disciplina história da
teiso porque eu não tinha certeza se
teria conteúdo para falar sobre isso né
E aí eu fui conseguindo né No começo
principalmente a partir de produção de
outras áreas de conhecimento né em
particular as ciências da religião no
Brasil no meio acadêmico eh onde eu
encontrei mais material tratando da
questão do ateísmo e uma que outra coisa
na área da história tá E aí eu eu tenho
uma a a minha pesquisa no mestrado e no
doutorado eh sobre história do Brasil
Republicano de maneira mais particular
sobre os
intelectuais comunistas que deu origem a
este livro aqui
ó Marxismo e escrita da história os
intelectuais e a questão agrária no
Brasil nos anos 50 e 60 do século XX
Então já tinha eh um conhecimento tá e a
partir daí eu comecei a conversar com
com algumas pessoas né e com colegas
e para ver se eu consegui encontrar
Fontes né daí os dois temas que eu
pensei inicialmente para compor o livro
era a questão do comunismo e a questão
do
anarquismo eh e aí eu fui aí o que que
acontece as fontes sobre o comunismo eu
já tinha em decorrência da minha
pesquisa anterior só que agora eu teria
que olhar essas fontes de uma maneira
diferente porque anteriormente eu não
tava pesquisando sobre ateísmo Ah e a
questão do anarquismo eu sabia né que
enfim tem essa relação entre anarquismo
e ateísmo mas eu eu queria saber se
tinha Fontes que eu que pudesse
sustentar uma pesquisa eu ten um colega
o nome dele é Fábio e ele pesquisa
anarquismo tá eh imprensa anarquista ele
pesquisa e ele falou sim tem Inclusive
tem um jornal do início do século XX
chamado a lanterna E aí ele me ele
eh me cedeu esse material que ele tinha
digitalizar hoje a gente pode encontrar
na internet tranquilamente e aí eu
encontrei material e aí eu eu pensei em
fazer três capítulos né um sobre a
questão do anarquismo eh no começo do
século XX outro sobre a questão do
comunismo muito
eh pensando muito a questão do Partido
Comunista em meados ali do dos anos 20
até os anos 60 70 por aí e as questões
mais contemporâneas né esse início do
século XX aí tinha bastante material
sobre
isso e Então ess esse foi o planejamento
e um primeiro capítulo que foi um artigo
que eu
eh utilizei né Fiz uma revisão no artigo
e utilizei falando mais a questão
conceitual uau historiográfico e tal u
Então é isso e a questão da publicação
Então eu tenho o esse meu colega o Fábio
ele tinha publicado no livro dele por
uma editora eh em São Paulo chama-se
Paco editorial que é onde eu publiquei
depois
eh os meus dois outros livros né então
que a basicamente a ideia desses dois
livros é o seguinte este aqui né que é o
que tu falou que tu leu Uhum é então
este livro da capa azul qual é a ideia
aqui fazer um estudo sobre pessoas e
grupos que se
identificam ou se identificaram como
ateias na história do Brasil ponto este
outro aqui que é o espectro do ateísmo
que é o da capa preta foi um estudo
sobre indivíduos e grupos que não se
identificam com o ateísmo mas não é
apenas não se identificam eles o ateísmo
como algo
ameaçador ao seu modo de vida e à suas
crenças consequentemente o ateísmo se
converte num grande inimigo a ser
combatido Tá e isso eu encontrei
referência sobre isso que vai até o
período colonial na história do Brasil
né Foi muito mais fácil achar fonte
sobre para escrever o segundo livro do
que para escrever o primeiro livro é o
que mostra que na história brasileira o
ateísmo aparece primeiro como um um
inimigo um adversário para depois
aparecerem atos de verdade se
pronunciando se declarando é é esse é um
esse é um grande desafio Na verdade até
hoje não desapareceu completamente é tu
se apresentar como uma pessoa atéia
expor isso não é tão fácil assim para
muitas pessoas bom mas para não perder o
f da meada Então o meu o meu
colega a minha ca caiu tá eu aqui ainda
ouvindo câmera cai eu vou dar um jeito
aqui para conseguir voltar tá
eh para concluir aqui a questão do meu
raciocínio o esse meu colega ele tinha
publicado um livro né Por uma editora de
São Paulo essa paca ele me passou a
indicação da editora eu entrei em
contato com a editora e
eh apresentei minha proposta né O que
que eu queria qual era o tema eh que eu
queria publicar em livro né eles toparam
a gente assinou um contrato e o Livro Os
Livros foram publicados agora assim por
que que parece que foi tão fácil né
simplesmente porque eu tive que tirar o
todo o dinheiro do bolso e pagar para
publicar o livro
tá eu não tive lucro em nenhum livro que
eu publiquei até
hoje nenhum lucro zero
é então a questão aqui não é não é grana
porque se eu for pensar a publicação dos
meus livros por uma questão de grana eu
tive foi prejuízo até hoje tá porque o
dinheiro que eu investi publicando os
livros Eu não eu não tive retorno
entendeu então mas não é esse o objetivo
tá e não é tão barato publicar um livro
no
Brasil
não desculpa eu me perdi aqui você tá me
ouvindo tudo bem Tô Malditos problemas
técnicos veja
Ah pois bem e aí eu quero ah ouvir um
pouco desse material né vamos apresentar
pras pessoas que eventualmente tem o
interesse de conhecer
ã o significado desses dessas temáticas
que você abordou É claro que eu não
queria que você apenas reproduzisse Ah o
material do do livro do primeiro
sobretudo mas eu queria que você me
dissesse Quais foram as impressões que
você ficou pós pesquisa ou seja Não
especificamente tratar do do
e do periódico anarquista que você
abordou e do Partido Comunista Mas quais
foram as suas impressões acerca desse
desenvolvimento dessas ã desses
pensamentos afirmativos acerca do
ateísmo no Brasil
é basicamente assim ó já indo direto ao
ponto eh a primeira impressão que eu
tive foi da existência de um de um
grande acho que não é nem silenciamento
né mas é uma história que não é contada
uhum como se fosse uma história que
nunca
existiu uhum como se fosse uma história
que nunca existiu o Brasil é um país
muito conhecido pela questão da
religiosidade da população
historicamente falando entendeu e há uma
tal primazia em relação a isso N E hoje
nós temos debates tão fortes envolvendo
essa questão da religiosidade no Brasil
que a impressão que se passa num
primeiro momento
é que o ateísmo não faz parte da nossa
história Uhum Então assim
eh isso isso se refletiu por exemplo na
dificuldade que eu tive como eu falei né
desses dois livros eh o material que que
do pessoal que fala contra o ateísmo eu
encontrei muito tá inclusive coisas que
ficaram de Fora Acabei de publiquei um
artigo agora uns dias atrás que é uma
espécie de material Extra do segundo
livro que que eu não não coloquei no
segundo livro aí eu publiquei um artigo
eh e mas em relação ao primeiro livro
que é onde estão as pessoas né estão lá
falando nós somos pateas né nós
defendemos aqui
eh uma uma visão de mundo alternativa a
essa visão hegemônica na sociedade
brasileira foi muito mais difícil foi
muito mais difícil H né então há uma
espécie de um de um tabu e as pessoas e
aí que tá as pessoas que tomaram a
iniciativa de se apresentarem como
ateias historicamente elas pagaram preço
então a gente fala muito sobre a questão
do preconceito hoje ah tem muito
preconceito em relação às pessoas que
são a tese mas esse preconceito ele não
é de hoje ele ele vem ele tem uma
história entendeu eh o que faz com que
muitas pessoas ainda tem um certo receio
n de se colocarem publicamente sou ateu
sou atéia porque sabe que há muitos
riscos em relação a isso e essa é e tem
essa história Então assim Então
primeiramente isso né então assim e a
impressão que se dá ao conhecer uma
história
a impressão que eu fiquei
é como aparentemente essa história não
existe né e um uma
segunda uma segunda reflexão que eu fiz
foi a coragem que pessoas tiveram no
passado para
eh se exporem publicamente e se
apresentarem com matérias inclusive como
é no caso dos anarquistas isso é bem bem
forte desenvolverem todo um ativismo e e
uma militância lá através do jornal etc
e de manifestações públicas ia pra rua e
tal fazia um enfrentamento lá com a
questão da Igreja Católica então assim
foi foi um digamos assim um atos
heróicos dessas pessoas Então acho que
essas são um pouco assim das das
impressões que eu fiquei n e eu ainda
penso que essa é uma história que
precisa eh ser mais eh eh pesquisada
mais abordada e mais publicizada as
pessoas T que tem que ter mais
conhecimento sobre isso que o ateísmo
se a
religião as crenças religiosas as
igrejas enfim elas fazem parte da
história do Brasil a descrença e o
ateísmo também fazem parte da história
do
Brasil você enxerga uma ligação e e te
pergunto mais foi por causa de já prever
essa ligação que você fez a pesquisa do
seu segundo livro digo em relação ao
fato de que eh sente-se esse apagamento
ao mesmo tempo que há uma propaganda
muito forte anti teísta h a nível
histórico ã e portanto eu te pergunto
foi ter já captado isso no ar que fez
você fazer a segunda pesquisa a pesquisa
que busca achar no contraponto de quem
não se diz ateu e quem diz que isso o
ateísmo é um grande problema social ah
foi isso que te motivou já ter percebido
esse apagamento foi não eu eu vou caçar
o o o que que ã anti atus manifestam e
entendem dentro da sociedade porque a
única explicação ou uma das explicações
mais relevantes para encontrar o motivo
desse apagamento Talvez esteja aí foi
isso que motivou você
eh quando eu estava pesquisando para o
primeiro livro
eu já encontrei material para o segundo
livro
entendeu então no meio da pesquisa aí eu
comecei a separar e eu comecei a
perceber que aquilo era uma coisa
eh contínua tá em diferentes épocas Eu
já fui me deparando ao mesmo tempo que
eu pesquisava sobre a questão do ateísmo
eu eu já via o contraponto então eu
quando eu tava no processo ainda de
produção do primeiro livro eu tive a
ideia de que
vou fazer um segundo livro mas para
falar n daqueles que se opõem ao ateísmo
E aí Óbvio primeiro eu fiz o trabalho do
primeiro livro e o material excedente
que eu ia achando eu ia aguardando E aí
depois n porque esse esse o ateísmo no
Brasil de 2020 e o espectro do ateísmo é
de 2022 então e quando eu terminei o
trabalho no primeiro livro aí eu comecei
a me debruçar
eh para a a a elaboração do segundo
livro aí eu fui atrás de mais Fontes eu
encontrei mais material tanto é que eu
comentei que nem todo material que eu
encontrei eu acabei colocando no segundo
livro teve coisas que ficaram de fora e
que agora eu tô publicando né de maneira
esparsa mas também tá saindo esse
material porque eu Enfim não quero jogar
fora né de um trabalhão fazer essa
pesquisa aí temos que
eh escrever alguma coisa sobre isso né
então foi foi assim quando eu tava
pesquisando sobre um eu já achei
material sobre o outro e o qual é o é
porque do primeiro eu eu eu captei ali
Né desde o século passado a gente tá
pensando desenvolvimento desde o início
ã pelo pelo menos ali do século XX você
tá fazendo essa discussão e o recorte
desse segundo livro ele é abrangente o
tanto que você falou você vai até a
colônia Como foi essa é eu vou até a
colônia na verdade esse eu eu primeiro
livro ele poderia ter sido mais amplo
entendeu por exemplo tem uma pesquisa a
ser feito aí sobre a relação dos
positivistas com ateísmo do da questão
do século XIX que eu menciono ali mas eu
não eu não fiz essa pesquisa é eu senti
essa falta também é tem é tem material
para para pesquisar sobre isso entendeu
é que é um pelo menos positivistas
daquela época né Uhum eh tinham essa
essa relação
e relação ao ao primeiro livro e ao
segundo livro realmente eu consegui ir
até o período colonial porque as fontes
são muitas entendeu tá as fontes são
muito né só que tem o período colonial
tem um tem uma questão interessante que
n tem todo aquele projeto colonizador
traz entre um dos seus objetivos a
questão da evangelização né a criação
aqui de uma sociedade Colonial católica
católica apenas né protestantes estão
fora não fazem parte parte desse projeto
né eles são perseguidos lá pela
inquisição como todos os outros grupos
né que têm crenças religiosas diferentes
do catolicismo tá E aí vai se
construindo ao longo do período colonial
esse discurso né sobre o Diferente né o
que não é católico e é sempre um
discurso É depreciativo sobre aquele que
é diferente sempre um discurso
depreciativo tá né E até que a gente
chega ali já no final do período
colonial ali final do século XVI pro
século
XIX quando se
encontra as primeiras referências
explícitas a questão do ateísmo né ve
uma coisa que eu menciono a primeira
pessoa na história do Brasil que eu
encontrei fonte né onde ela é acusada de
ser ateia é
a figura do José Bonifácio quando ele
era estudante eh você você não pode ser
inteligente você não pode ter uma
percepção de sociedade que o cara já te
chama de atu Então ele era ele era
estudante eh em Portugal né ainda era a
questão da colônia e a A inquisição em
Portugal recebe uma acusação contra o
José Bonifácio ele é acusado de ateísmo
por quê eh porque ele é considerado uma
pessoa peita de ter
simpatias pelas
ideias
iluministas uhum tá então Ó eu não
imaginava que era por
isso e eh Então esse é um um ponto
interessante da da minha pesquisa e aí
sim pro século
X século XIX século XX eu concentrei
bastante na na igreja católica em grupos
dentro da igreja católica eh porque ali
eu encontrei mais material talvez em
outros grupos também tenha mas a Igreja
Católica foi o meu principal Manancial
Ah então por exemplo no século XIX eu
explorei muito um um episódio na
história do Brasil que ficou conhecido
como questão religiosa Na década que
derruba que derruba o monarca por causa
da Maçonaria então então o o os cara lá
da da da igreja Ah
o são dois bispos né o O Dom Macedo e o
Dom Vital é vital um é de Pernambuco não
é o outro eu não lembro é isso um é um é
do Nordeste não sei se o outro também é
mas os dois estavam atuando e em
paróquias lá da da região Nordeste né
então tem esse conflito aí
eh que envolve na verdade a questão né
do basicamente a questão do do da onde
vai a delimitação de de poderes né entre
igreja e estado porque o Brasil ele é
uma coisa muito curiosa porque o Brasil
ele se torna independente né e traz na
sua constituição o princípio de que o
país tem uma religião oficial que é a
igreja católica né é o catolicismo é a
religião oficial da sociedade brasileira
porém né tem uma questão eh as decisões
da igreja elas só seriam executadas no
Brasil sob a anuência do Imperador tá
que é o princípio do regalismo né que é
a primazia do poder do estado em relação
na verdade a igreja é uma espécie de
um uma instituição subserviente ao
estado né E aí que tá esses bispos eles
faziam parte de um movimento que vem de
Roma
T ultramontanismo
exatamente que quer quebrar com isso né
nesse negóci eu estudei eu eu eu lembro
dessas coisas eu sei essas coisas porque
eu fiz isso no eu eu estudei esse tema
no TCC né lá no direito quando eu fiz
500 anos atrás então perfeito é então
eles querem quebrar com isso entendeu
então esses bispos se revoltam aí o tema
da revolta é a questão lá dos maçons né
que vai gerar essa essa revolta E aí os
textos que esses bispos produzem
basicamente eles fazem um ataque tá
eh contra o que eles vão chamar das
forças do mundo moderno que para eles
são tudo forças ateístas e a principal
expressão do ateísmo era a defesa do
princípio do Estado Laico para eles
aquilo era o seria o inferno na terra
né É Ainda bem que as forças
progressistas venceram Mas é isso
entendeu é é e aí com quando a gente tem
quando a gente tem a questão da da da
instituição do Regime Republicano no
Brasil isso cai tá eh e é é é um fato
interessante que eu descobri fazendo
fazendo a pesquisa no primeiro livro que
na sequência né da da da instauração do
Regime Republicano né vem então o o fim
eh da religião Oficial do Estado entre
outras coisas o primeiro o primeiro
calendário oficial do Regime Republicano
brasileiro não tinha nenhum feriado
religioso nem um Natal era feriado
nacional
ai saudades dos bons positivistas
tomando o governo do Brasil S que depois
a correlação de forças mudou né E aí a
coisa é no século XX também eu eu
pesquisei eu pesquisei particularmente a
a tfp e a figura do clío Correa de
Oliveira né famosa tradição família e
propriedade não era um que era uma
organização de de teor católico Ultra
reacionária não não uhum e que na
verdade é uma uma fonte de inspiração aí
para uma para uma extrema direita muito
atuante hoje né E aí
nesse nesse começo né nessa Virada do
século XX pro século XX eu ampliei e
peguei também o meu evangelho né porque
agora eles estão aí ganhando um
protagonismo cada vez maior né E apesar
das diferenças e até tem umas rusgas né
entre evangélicos e católicos
que eu no material que eu encontrei eles
convergem Em vários pontos e um deles
é é entender que o mundo moderno é é uma
construção feita por ateus o que a gente
tá muito feliz em receber pode jogar pea
na gente a culpa é nossa mesmo se existe
modernidade se você tem computador se
você tem telefone é culpa é
Nossa então eles eh eles vêm esse o o
grande inimigo né então H inclusive há
uma há por parte desses grupos assim
reacionários mesmo que eu que eu
analisei as fontes Ele eles têm um
projeto eles TM um projeto político que
é um projeto
pré-moderno eles tem eles é o que eu
tento dizer no meu público o tempo todo
que as forças reacionárias são antim
modernas sim ele eles querem voltar uma
espécie de um modelo de civilização aval
e não fazem nenhuma questão de esconder
isso aí é muito claro é muito claro é
muito triste que a gente tenha
dificuldade de sinar isso pro público
porque eles eles não fazem nenhuma
questão de fingir que não estão fazendo
isso eles dizem mesmo o problema é a
modernidade O problema é a ciência
moderna o problema é o renascimento o
problema é o Iluminismo eles são
totalmente
antimoda É isso aí
ah inclusive o que saiu no meu último
artigo que saiu que é que eu pesquisei a
questão do Plínio Salgado lá nos anos 30
o líder do integralismo a gente tem um
problema com plin no Brasil
né E aí o o o em 1934 ele publica um
livro chamada a quarta humanidade bem
assim bem num né naquele momento de de
de Apogeu do do movimento integralista n
e ele apresenta lá uma uma interpretação
sobre a história humana né que ele
divide em três fases né que que ele vai
chamar da primeira da segunda e da
terceira humanidade
né A primeira humanidade ele vai dizer
que é a humanidade politeísta a segunda
humanidade ele vai dizer que é a
humanidade monoteísta e a terceira
humanidade que para ele começa no fim da
idade média e no começo da idade moderna
é humanidade ateísta que vai
levada exatamente que leva a um um
processo de des agregação e eh digamos
assim a Caixa de Pandora para todos os
males que assolam o mundo moderno tá E
aí ele vai defender o quê Uma quarta
humanidade que seria Qual a humanidade
integralista é o projeto político dele
integralista que tá muito
eh muito relacionado com uma visão de
mundo religiosa católica uhum
eh é comum interpretar na na
historiografia em algumas Vertentes que
o integralismo é a versão do fascismo à
brasileira né e
Ah é muito chocante que em algumas
Vertentes de
pensamento filosófico sobretudo da
escola de Frankfurt na Alemanha faça-se
a questão de tentar encarar o movimento
fascista em geral tratado como gênero
como um movimento eh
moderno que é com avanço da tecnologia
eu acho isso escandalosamente absurdo
porque todas as vezes que a gente vai em
movimentos que tem essas caras né o
retorno ao macaco tenta voltar para trás
né tenta dizer assim não Bom mesmo era
lá quando a gente em aí sempre busca
alguma coisa lá atrás né Ah bom mesmo
era o o movimento integralista por
exemplo ele faz questão de recuperar ã
inclusive o Tupi né na na sua palavra de
ordem anau né bom mesmo era para trás
Bom mesmo era para trás e eh é é é
absolutamente inacreditável como esse
retorno eh
esquecido por boa parte das
interpretações sei lá com vistas de quê
eh que ignoram que esses movimentos eram
declaradamente antim
modernos sim o eh é tem uma discussão
historiográfica aí bem eh eu não sou
exatamente um especialista né mas eu fiz
ali um estudo mínimo o integralismo ele
ele era ele ele é muito perceptível que
o movimento integralista ele utiliza as
inovações tecnológicas daquele momento
mas o objetivo dele político é um modelo
de sociedade pré-moderna Uhum Então isso
aí o PL salgado ele dizia o o nosso
futuro é o nosso passado
lá tá a essência do que nós somos é isso
que nós queremos e o lema o lema do
integralismo pessoal aí não sei se todo
mundo sabe era uma era uma Tríade uma
Trindade Deus Pátria e família uhum tá
que é o lema reproduzido pelo
bolsonarismo
É nesse sentido eu queria te fazer uma
questão que é na minha visão sei que
podem existir visões historiográficas
diferentes e de filosofia da história
diferentes mas na minha visão toda vez
que a gente vai pra história
necessariamente nós temos inquietações
do presente que se mcu com o nosso
projeto de pesquisa acho que você
inclusive deixou alguma coisa clara
nisso aí quando você falou exatamente o
momento pessoal quando você começou a
fazer essa pesquisa
Ah E aí eu te
pergunto baseado no último vídeo do seu
canal que é sobre a construção
ideológica que certa direita no Brasil
muito
hã pautada pelo falecido fumante H que
ele dizia que ele constrói uma noção
sobre Marxismo cultural que é um grande
espantalhos da disputa
contemporânea de diminuição de H
desigualdades como um todo né
desigualdades raciais desigualdades
entre gênero e desigualdade entre os
sexos desigualdades entre grupos sociais
com hã
hã com eh com tendências ou posições ou
ou ou com relações sexuais diversas do
das mais variadas com gêneros variados
essas questões que permeiam o século 21
e viram grande bolão e se isso é chamado
de Marxismo cultural
Ahã fazendo-se uma deturpação incrível
do que Marx propunha e defendia para
simplificar no sentido de que Marx
defende guerra de classe porque quer que
a gente brigue e existem outras
expressões de Marxismo que agora não são
econômicas são das raízes da da disputa
cultural e aí é o homem querendo brigar
com a mulher é não sei o quê não sei o
quê e coloca isso na conta de Marx a
partir de uma expressão que Suponho eu
ser norte-americana de origem né Essa
essa eh
eh essa estrutura de argumento político
né da Extrema direita eh não sei se a
origem é lá eu já vi muitas coisas nos
Estados Unidos mas eu Suponho que seja
origem lá eh te pergunto em que medida o
seu trabalho Portanto tem um papel
também importante na disputa política
para uma sociedade minimamente saudável
Face ao fato de que esse Pânico que
existia na colônia existe hoje ainda ah
Boa pergunta então é é como tu falou
eh não há como ser nós sermos totalmente
eh
separados daquilo que nós pesquisamos em
termos da nossa subjetividade ela vai
est presente tá né então isso aí né
tinha uma discussão na teoria da
história no passado já se defendeu que
era possível se anulasse é totalmente
neutro Imparcial hoje em dia é muito
difícil encontrar alguém que continue
defendendo esse tipo de de
posicionamento então né as as os nossos
valores né nossa subjetividade de certa
medida ela tá ali presente influenciando
a nossa pesquisa né obviamente que a
gente tem né recursos para tentar
eh atenuar isso para que não interfira
de uma maneira excessiva e a minha
pesquisa nesse sentido ela tem um ela
tem um caráter político nem é implícito
é explícito Eu né eu comento ali
entendeu então por exemplo essa questão
do Marxismo cultural que o pessoal que
eu pesquisei eles dizem que o Marxismo
cultural é é a expressão contemporânea
do ateísmo entendeu para eles é isso aí
o o que eles chamam de Marxismo cultural
é a expressão contemporânea do ateísmo
do nosso início do Século XXI é a
estratégia que as esquerdas adotaram tem
um um uma das das minhas Fontes eu não
sei já já ouvi falar acredito que sim é
que é o Padre Paulo Ricardo conheço
Lembra uma vez ele tirou uma foto junto
com Olavo de Carvalho segurando uma arma
uhum conheço n então ele tem ele fez um
curso sobre Marxismo cultural que tá eu
acho que ainda tá no YouTube Acho que
são cinco ou seis episódios cada um tem
mais de uma hora de duração é por uma
por um dever de pesquisa eu tive que ver
todos tá que assim haja estômago né mas
tudo bem né a gente encara
eh onde ele não apresenta bibliografia
nenhuma né ele vai lá ele fica mais de
uma hora falando né na frente da câmara
e não apresenta bibliografia onde é que
ele tá tirando aquelas ideias Mas é isso
aí essa e esse entendimento do do
Marxismo cultural vem dos Estados Unidos
né uma a figura uma figura
Pioneira que vai difundir essas ideias
no Brasil é o olav de car
que num primeiro momento ninguém levava
ele a
sério e o o Padre Paulo Ricardo ele ele
tem um argumento que Olha vou até dizer
ele ele ele diz ele defende a tese né de
que a a União Soviética ela terminou por
obra em mão dos próprios comunistas que
decidiram Ah é tudo plano né
um plano que decidiram que a luta né
pela dominação ela deveria mudar de
estratégia não deveria ser aí eles
tinham aí eles tinham meio mundo nas
mãos aí eles falaram assim vamos jogar
fora porque é porque a gente joga xadrez
em 48 dimensões né então mudou a ideia é
que então Eles mudaram a estratégia
agora a luta não é mais política a luta
é cultural e aí vem a questão do
Marxismo cultural eh que vai atacar a
questão de valores né da questão do do
de concepções de família etc tal as
relações eh de gênero e tudo mais que
eles vão eles vão utilizar isso então
como a a estratégia que aí é a dominação
dos espaços é a dominação da Imprensa da
Universidade etc etc do sindicato etc
tal não é não é
gratuito que durante o governo bolsonaro
eh um entre os vários inimigos né a ser
combatidos a imprensa era um então para
eles então a imprensa somente né Uhum
porque é tudo é tudo esquerdista e a
universidade era um outro espaço a ser
combatido né aquela triste figura né V
traub Ministro da Educação ele fez
horrores né dentro da Universidade a
gente vivia Num clima de de de pavor
uhum
quase quase num clima de caças Bruxas
nin né e aconteceram coisas assim
lamentáveis durante aquele período então
eles eh criam essa essa narrativa tá e a
partir da criação dessa narrativa eles
buscam dar
legitimidade a seus objetivos políticos
Uhum Então é um projeto político né de
conquista de poder por parte dessa uma
direita e aí cria-se né Eh essa
narrativa no caso aqui sobre Marxismo
cultural para explicar o o por que eles
estão lutando uma espécie uma uma
espécie de uma nova cruzada uma luta
Sagrada né do bem contra o mal
né da Fé contra o ateísmo e isso aí é de
fundido então a o esse meu livro ele eu
busquei mostrar como é que se construiu
isso n onde é que isso SA
e quando a gente coloca essa
narrativa eh em frente a frente com a
questão dos fatos ela não se sustenta
Uhum mas é difícil é difícil rebater
isso aí viu Uhum boa boa parte de
qualquer Teoria da Conspiração ela
se em geral ela acaba EMCU indo algumas
coisas que ela observa no mundo com
delírios completamente
absurdos e asquerosos em alguns sentidos
até criminosos a depender do orador que
vai buscar essa manipulação
Ah o que eu noto na construção dessa
versão a brasileira dessa dessa teoria é
que muito se utiliza da figura de grams
porque grams H em certo momento
ã falou abordou tem vários textos dele
no caderno do cárcere em outros textos
ele aborda a ideia de que dentro da
sociedade ocidental já não é tão simples
assim ã fazer o que os bolchevique
teriam feito lá em
1917 e portanto ele eh seria necessário
ter uma
Ah uma ampliação da influência em
estruturas da sociedade civil né você
ter contatos pessoas que hã trabalham eh
porque ah hoje você tem uma figura por
exemplo que é a grande imprensa É muito
difícil você combater competir com a
grande imprensa então gram estaria
falando alguma coisa no sentido de que é
preciso ter pessoas na grande imprensa é
preciso ter advogados é preciso ter
professores é preciso participar da
formação do do da consciência pública no
geral eles pegam elementos genéricos
dessa ã dessa proposição em geral para
fazer uma contra com a contra batalha no
sentido de tomar eles sim postos da
sociedade civil o que tinha em um autor
italiano que pouco se lê e quando se lê
pouco se aplica eh sobretudo de maneira
sistemática Como era a orientação do
grams é uma questão assim mais ah
devemos participar da sociedade civil
qualquer coisa assim que fica na
consciência pública e e eu vi o go Olavo
muitas vezes dizendo isso né que é
necessário tomar os postos tem que estar
lá você tem que entrar na universidade
você tem que ser psicólogo você tem que
est na no exército você tem
[Música]
h eu queria saber de você até que ponto
o Ah esse tipo de disputa feita por
Olavo do lado da Extrema direita não
deveria ser feita também por qualquer
pessoa por qualquer grupo Você é de
esquerda você é anarquista você é
comunista você é socialdemocrata a ideia
de
Popular as instituições que existem e
nesse sentido pergunto a sua atividade
eh enquanto professor que escolhe um
tema que claramente tem influência não é
exatamente um ativismo ateu ainda que
seja plenamente profissional como é que
você enxerga a sua relação de trabalho
com a ideia de ativismo político
não concordo com a essa essa questão que
tu mencionou sobre o meu o o meu
trabalho ele tem um ele tem um caráter
político também n tem um caráter
acadêmico e político tá eh e me parece
aqui
que isso tá muito relacionado a uma a a
uma a uma a certa concepção moderna de
intelectual uhum n o intelectual aquele
que tá atuando n eh no espaço público
procurando se posicionar em relação à às
questões atinentes da sociedade né
participando dos debates Hum então
Eh sim é um é um certo tipo de ativismo
ateísta né mas que tem mais essa pegada
mais vinculada ao meio acadêmico Mas não
deixa de ser de ser de ser um ativismo e
esses espaços eles são espaços
de são espaços de disputa Uhum E e aí eu
claro eu vou falar aqui sobre a questão
da Universidade que é onde eu mais
conheço entendeu é um é um espaço é um
espaço de disputa né
[Música]
E se você não faz eh esse embate né
outros farão e outros irão ocupar o
espaço entendeu então assim como nós não
somos seres que vivemos isolados no
mundo né na selva vivendo lá tomando
água e comendo sei lá o quê entendeu nós
vivemos em sociedade né Nós nos
relacionamos uns com os outros tá então
isso está conectado E isso acaba fazendo
parte acho que não há como não não fazer
parte né minha uma leitura que eu tenho
sobre isso né então Eh o meu trabalho
nesse sentido ele ele tem um pouco né
Desse
eh desse
propósito E aí o eu te pergunto uma
outra coisa no contrapé quer dizer você
faz a proposta que você sai da academia
e faz e a divulgação do seu trabalho
publicamente não não fica preso só
pessoas formadas Mas e se as pessoas
quiserem fazer o caminho inverso ou seja
estou falando com professores de
história e eles de repente têm interesse
de fazer uma pós–graduação
seria interessante saber chegar no
Ricardo ou nos colegas do Ricardo que
trabalham com temas análogos ao que o
que você faz eu sei que você ã a gente
já conversou né você tem colegas por
exemplo que
estudam iluminismo
ah figuras do Iluminismo figuras
francesas que fizeram a discussão acerca
do ateísmo
ã meslier e outras personagens Barão de
holba e etc etc etc Aí eu te pergunto se
tem um camarada nosso aqui na internet
que é professor de história é professor
de Filosofia ou Professor Hã Tem alguma
formação ali que tangencia os nossos
temas você poderia dar dicas pra gente
primeiro de como chegar no seu curso de
pós-graduação na pós–graduação ao qual
você é vinculado algum curso que tenha
vínculo eh com com o projeto que você
faz e se você conhece outros grupos H
que seria possível chegar sei lá de
repente por meio do eh
eh lá lá no no na filosofia a gente tem
anof né Associação Nacional de né Tem
uma u que é de história né Associação
Nacional de professores eu não lembro
como é que é o o que que o acrônimo
significa eh mas pergunto essa talvez
seria uma via eh é só ingressando na
universidade tem como pegar matérias
como aluno especial na sua universidade
na sua na na na
ufms para assistir algum desse desses
cursos que você tá Você tá dando algum
esses cursos ã nesse próximo semestre no
ano que vem me me diz assim como é que a
pessoa conseguiria chegar nessa temática
se ela tivesse interesse tá beleza
primeiro eu já vou jogar um balde de
água fria porque
eh aqui na ufms não tem curso de
pós–graduação em História Por incrível
que pareça não tem consequentemente Eu
não eu não sou vinculado a um curso de
pós–graduação é porque já ocorreu de
pessoas me procurar né Queria fazer uma
pesquisa contigo não sei o quê olha
exato não vai rolar né Aí eu n aí eu
tento indicar alguma coisa mais próxima
alguma coisa que tenencia que De algum
modo possa se encaixar Porque
infelizmente dentro do Meio acadêmico
essa questão na área da história a
questão do ateísmo é um tema Marginal
Então vai ser muito difícil né tu
encontrar eh um mestrado um doutorado
que vai ter uma linha de pesquisa em
relação a isso tá Uhum Então tanto vai
ter que tentar se aproximar de alguma
maneira hoje em dia né como eu posso
tentar descobrir hoje em dia os cursos
né eles têm suas páginas na internet
então a gente encontra muito facilmente
Entra lá no site aí encontra a página de
uma pós-graduação tá todo perfil linha
de pesquisa todo o corpo de professores
e professores etc etc etc né ão alguns
que eu conheço e tal agora
eh então a minha tarefa até um pouco é
tentar meio que desbravar
né esse cenário aí ver se se se mais
pessoas se empolgam e também começam a a
a fazer pesquisa eu eu eu adotei uma uma
uma uma estratégia tá para assim
eh não ficar restrita ao meio acadêmico
quando eu criei a disciplina ela é uma
disciplina presencial tip Ah eu quero
fazer disciplina da te fi ol se morar
longe vai ser difícil vai ter que vi
aqui pro interior do Mato Grosso do Sul
para fazer a disciplina aí o que que
aconteceu
no digamos assim a primeira vez que eu
rompi né esse muro da
Universidade inclusive foram os meus
alunos que me der essa ideia vamos fazer
vamos fazer um uma série de vídeos sobre
o conteúdo da disciplina e jogar no
YouTube uh Foi aí que surgiu a questão
do canal né Uhum que tem até hoje ainda
que eu não não seja uma pessoa assim tão
presente no canal né não não consigo
produzir material de maneira contínua
mas de vez em quando rola alguma coisa
lá né Então essa foi uma primeira
maneira e agora mais recentemente
eh mais recentemente eu
eh Criei um curso de
extensão online e Olha aí tá olha aí
entendeu Então ele já teve na verdade já
tiveram duas edições o ano passado teve
uma e esse ano teve outra tá e o projeto
tem duração de 4 anos então ainda tem
mais umas edições que vão ocorrer então
para porque eu tô lá tô aqui no interior
do Mato Grosso do Sul perdido no
centrooeste tem é Dourados é aonde nova
andrino nova andrino fica a fica a 2
horas de carro de Dourados certo tá É
próximo né Dourados É próximo daqui
eh então o o que que eu fiz
eh uma outra estratégia que eu encontrei
então eu falei então vou eh vou criar um
o vou fazer um curso um curso de
extensão né que tem uma certa duração eh
e atualmente são seis aulas uma aula por
semana e a vou fazer ele vai ser online
né vai ser então então todo mundo pode
né Não importa o lugar onde esteja
poderá se tiver interesse fazer o curso
tá eh não será cobrado nada é um curso
gratuito e no final ganha um certificado
né Tem uma plataforma
eh o curso Ele tem sido feito pelo
Google Meet
endeu Então a partir do pessoal que se
inscreve no curso que manda seus e-mails
né Depois é direcionado para e-mails os
links onde vão ocorrer as aulas no no
Google Meet teve gente teve eu tive duas
alunas o ano passado que elas eram de
Cabo Verde uhum olha aí que legal
internacionalizado Foi esse ano não tem
o ano passado rolou mas veja eh algumas
questões questões de ordem ah primeiro o
curso é é um semestre ou é um
ano esse curso de extensão são 5
semanas são C semanas esse curso o
próximo ainda tá com inscrição aberta
não não não abriu ainda não abriu então
onde é que a pessoa se informaria se ela
quiser fazer a matrícula ai tá eh a
minha ideia é as inscrições vai ser só
no começo do próximo ano Mas onde é que
a pessoa pode entrar eh entrando em
contato comigo e através das minhas
redes sociais Facebook Instagram u Mas
então então diga pra gente Quais são as
as melhores formas de contato contigo ó
eh Facebook Instagram e-mail WhatsApp
mas mas aí eu preciso que você me diga
quais são Instagram e o Facebook como é
que a pessoa te acha tá Vou vou pegar
aqui por exemplo ó
eh
ah claro o canal do YouTube também
Entendeu
Uhum
E por exemplo ó
o o Instagram a até mandei aí no no
privado entendeu Ó não tá no chat posso
jogar aqui posso jogar aqui pode pode
jogar beleza Tá vou jogar aqui e vou
abrir aqui em outra tela que aí eu
mostro pro pessoal também é e aliás tem
um tem uma coisa interessante eu e esse
Jack Daniels aqui como é que se explica
É isso aí foi quando terminaram as aulas
eu né dei uma relaxada é o pessoal né
portanto é seu é seu perfil pessoal né É
É um perfil pessoal mas na verdade ele é
profissional entendi porque se dar uma
olhada aí na nas minhas publicações H Há
uma grande parcela das minhas
publicações são sobre questões
relacionadas a trabalho entendi entendeu
uhum eh Na verdade eu divulgo muito mais
coisa por aí do que pelo inclusive pelo
meu canal do YouTube entendeu mas é aqui
para ficar informado então é essa
ferramenta aqui né Essa é essa é uma
delas né Uhum E eu eu vou eu vou ter
passar também o o canal do do do YouTube
pode
compartilhar eu acho que ó acho que a
partir dessas
né do Instagram do do canal do YouTube o
pessoal pode pode entrar em contato
comigo me mandar mensagem etc e tal tá
eu vou eu vou colocar aqui na tela do do
YouTube Eu tenho com mais facilidade
pera
aí aqui certo isso não é
isso aí aqui você pega a discussão que a
gente tava falando né sobre ateísmo e
Marxismo cultural tem várias entrevistas
também não é tem é inclusive assim ó eu
não eu não consegui levar adiante né O
que que eu eu tive o que que eu eu assim
eu concebi pro canal num determinado
momento é para trazer convidado eu
tinha dois projetos vamos dizer assim um
projeto era era levar no canal pessoas
que pesquisam sobre ateísmo não
necessariamente da área da história
entendeu sim né de diversas áreas que
pesquisam sobre ateísmo e Eu convidava
as pessoas para ir lá falar das suas
pesquisas esse era um tipo de convidado
aí tinha uma outra proposta no meu canal
que era convidar eh pessoas ateias para
que elas falassem né sobre sobre suas
experiên suas é sua trajetória de vida
como é que ela se tornou ateia o que que
que que significa ser aeia etc etc etc
ol Tem muita gente que tá aí a Karina a
Mari tem gente que já já foi no meu
canal que tem a que eu vi nos
comentários e é só que eu não consegui
levar adiante não tive fgo para levar
adiante mas todas as entrevistas que eu
realizei estão estão lá no canal né
então Eh fica aí também como uma uma uma
maneira de de divulgar o o meu trabalho
e ess eu sempre tô colocando nas redes
sociais e no YouTube também eh mas
principalmente nas minhas redes sociais
eh tudo que eu venho fazendo sobre
pesquisa sobre história da ateismo né Eh
eventos que eu participo o que que eu
escrevo o que que eu publico etc e tal e
a divulgação dos cursos eh esse curso né
em específico que eu ele também vai tudo
bem eh eu também vou vou eu eu divulgo
né então acontece isso tem uma
peculiaridade esse curso de extensão que
não sou eu sozinho que dou que dou aula
nesse curso de extensão eh como tu
mencionou lá no início quando me
apresentou né que eu tenho um grupo de
pesquisa
o pessoal que faz parte do grupo de
pesquisa e que não é todo mundo da área
da história esse pessoal ele tão Ele
eles também participam do curso dando
aula cada aula é com uma pessoa
diferente não eh falou tem eu tenho dois
colegas da filosofia no grupo de
pesquisa que eles deram aula
eh esse ano no curso né um um falou
sobre o meslier né a figura do padre
meslier e o o
e o
outro foi o professor Fábio né que deu
uma aula lá sobre a questão meslier e
ateísmo e o professor Marcelo primo que
deu uma aula sobre ateísmo na
modernidade falando basicamente sobre a
filosofia Iluminista
n e eu dei uma aula sobre a a SVU Hudson
que é uma uma
teia Negra feminista nos Estados Unidos
hoje né que é um é um movimento bem
interessante
né movimento ateísta negro nos Estados
Unidos eu conheci isso aí eu conheci
isso aí eu eu a gente tá tentando
remontar a pce e eu fiz um um destaque
que Ah seria a gente né a gente quando
tava pensando isso a gente fez um
destaque sobre a importância de falar
sobre mulheres ateias que ou ou abrir
espaço para isso
E aí eu descobri esse movimento né esse
movimento que você tá citando que e eu
pesquisando sozinho e você me contando
isso agora foi as únicas duas vezes na
minha vida que eu ouvi falar desse desse
movimento
norte-americano sinal de que tem muito
âmbito né para para pesquisas novas e
etc etc e nesse sentido eu te pergunto
como é que chega também nesse grupo seu
é qualquer é uma pessoa que tá and a
nível de pós-graduação tem que ter nível
tem que est vinculado à universidade
como professor como é que faz para fazer
parte desse grupo é não aí Realmente
esse grupo de de pesquisa que eu tenho a
pessoa tem que ter tem que tá
desenvolvendo pesquisa eh sobre ateísmo
não precisa ser na área da história como
eu falei né mas tem que est tem que
estar fazendo pesquisa sobre ateísmo e
ter algum tipo de vinculação porque ele
é um grupo que ele é cadastrado no CNPQ
e tudo mais é uma coisa mas aí se o cara
tiver um TCC já tá bom se a pessoa que
tiver um TCC tiver fazendo TCC na área
já
consegue consegue eu ti eu tive um aluno
meu que ele que ele tava no grupo é ele
fez um TCC né Depois a gente transformou
num artigo a legal para não precisa ser
assim Ah tem que ter só só Doutor pode
tá no grupo não não é só Doutor entendeu
já teve alunos
né o credenciamento é tá estudando o
tema né Tá vinculado a unidade estudando
o tema Essa é a ideia é na verdade o o o
nome o nome o nome do do grupo de
pesquisa ah eh
eh ateísmo descrenças religiosas e
secularism tá então se você tá falando
de secularismo cabe bem uma pergunta que
foi feita aqui no
ã se a pessoa tiver estudando
materialismo que é de alguma forma uma
uma é um formato de secularismo entraria
na filosofia por essa porta ele consegue
entrar para conversar com vocês com
certeza Olha aí com certeza
tá muito legal muito legal então ó eu
vou ah dar esse último
ã tempo pra gente abrir para umas umas
questões se se o pessoal quiser fazer
que algumas questões pro Ricardo quiser
projetar algumas coisas e nesse sentido
eu te faço mais uma última questão
porque eu juro que eu não quero te
segurar até meia-noite Ricardo seria
maldade da minha parte eu até peço
desculpa pelo horário e tudo mais mas a
vida a vida tá difícil Ricardo eh eu
queria saber de você
ah qual é a sua perspectiva de ã de
Formação ou política ou
ã do ponto de vista da educação mesmo do
desenvolvimento da pesquisa e tal tanto
um ou quanto outro que você preferir ou
os dois qual seria assim a sua
visualização de Olha esse
Horizonte seria o ideal eu tenho planos
se a gente conseguisse tirar esses
planos do chão Seria massa né O que que
você gostaria que acontecesse no no
desenvolvimento da Academia Brasileira
para que desse respaldo para essas
ideias que você tem na cabeça Ah eu
queria que a Academia Brasileira fosse
democrática
entendeu uma coisa que não é democrático
Então eu acho que a a aquilo que esse
pessoal da Extrema direita e
bolsonarista fala que a universidade ela
é um espaço dominado pela esquerda só no
sonho e na cabeça Desse pessoal que não
conhece o que que é a realidade do Meio
acadêmico né e aqui eu posso falar
inclusive pensando o meu caso específico
aqui a minha universidade aqui nesse
ponto é extremamente problemático tá é
um negócio meio coronels aqui entendeu
uh então assim
eh Então esse seria uma questão que eu
já colocaria eh para começo de conversa
n entendendo que isso é um trabalho
coletivo uhum né e que não se faz do dia
para
noite entendeu então tipo a minha visão
de mundo do ponto de vista político do
ponto de vista filosófico ela foi uma
visão forjada por muitas leituras
vinculadas a autores e autoras
considerados de esquerda entendeu tá Eu
não chego assim a ter uma corrente
específica né porque eu fui tendo uma
leitura muito eclética ao longo do tempo
né mas eu tenho eh a tenho como
denominador comum que são que são
pessoas né que são autores enfim que eu
acabei me aproximando ao longo do tempo
alguns mais outros menos enfim que tem
essa perspectiva entendeu essa
perspectiva
eh de pensar
um uma forma de sociedade aqui eu tô
pensando mais politicamente né mas isso
aí também isso aí também digamos assim
implica a maneira de pensar a própria
questão da da educação tá eh pensar uma
uma forma de de sociedade organização de
sociedade eh que seja mais igualitária
né que Seja mais tolerante né Uhum
diversos aspectos né econômico social
político etc e tal eh só que né
Eh pelo acaso eu nasci no Brasil tá e
aqui a situação não é tão fácil assim
mas é uma luta que que eu acho que eu
penso que vale a pena porque muita gente
já fez e continua fazendo e não Dev
transgeracional né É transgeracional E a
gente não veio na vida para jogar no e
né Tem ve tem ve jeito que escolheu vi
pra vida para jogar no easy a gente veio
para jogar num no nível um pouco mais
difícil
eh Veja uma lain tá repercutindo uma
coisa que eu falo aqui com uma certa
Constância
eh você acha que uma briga contra figura
do positivismo que existe inclusive em
certa categoria de esquerda grupos de
esquerda vários grupos de esquerda
vários grupos da filosofia vários grupos
da história também e tal ã
Você acha que a ecos dessa dessa
guerra de todos os grupos possíveis
contra contra o positivismo tem alguma
relação com
o a imagem que você disse que foi
construída acerca do ateísmo enquanto
inimizade quer dizer alguma relação Face
ao fato de que por exemplo o
positivismo inspirado em con que teve
participação na formação da laicidade e
tal você acha que algum Elo há entre
essa imagem anticientífica anti teísmo
antipositivismo anti qualquer coisa que
de alguma maneira por algum motivo essas
coisas se linam com o projeto de
racionalização teve algum projeto de
racionalização isso vira
inimigo então é porque o o positivismo é
o o que que nós tivemos mais eu eu eu
vou ter falar sobre uma experiência
pessoal eu eu quando eu fiz o o o a
minha graduação em História lá em Santa
Maria tá lá entre 2002 e 2006 o
positivismo era considerado uma coisa
reacionária uma coisa conservadora né
mas quando se olha historicamente a
questão do positivismo no Brasil no
século XIX o que aquele pessoal tava
defendendo naquela época né eram coisas
extremamente arrojadas pro contexto
Brasileiro né extremamente arrojadas né
eu entendo é difícil explicar isso pras
pessoas Então na verdade o positivismo
ele ele vem dentro desse contexto
Iluminista né é uma herança não é uma
herança né
e mas obviamente que se nós nos
deparamos com pessoas ou grupos né que
tem essa visão anti né né anticiência
antil luminismo anti racionalidade o
positivismo ele entra como mais um doss
inimigos a ser combatido
uhum né e o Marxismo entra aí e outras
coisas entram aí também entendeu É faz
um bolo joga tudo no lixo de uma vez só
né é ó o Raul perguntou Ricardo você
estudou ateísmo no sindicalismo
revolucionário no início do século XX no
Brasil ele deve ter chegado um pouco
atrasado se Sim há algo que você
comentaria sobre a gente acabou não
Entrando nos aspectos mesmo da matéria
eu já digo logo pro Raul compre o livro
mostra o livro Ricardo mostra o livro Só
para porque o livro é sobre exatamente
ele passa boa parte do tema
abordando o ateísmo no Brasil certo e eu
não consigo pegar aqui no visual o então
é como é que é Raul eu eu pesquisei o
ateísmo no caso do movimento anarquista
basicamente aqui até não sei se vai
conseguir ver ó que é um num jornal um
jornal anarquista anticlerical chamado a
lanterna essa aqui foi a minha fonte
básica entendeu então o meu estudo sobre
o ateísmo dentro
eh do movimento anarquista no início do
século XX teve como fonte principal o
jornal a lanterna que foi publicado em
três momentos na história do Brasil 1901
1904 1909
1916 e 193
a
1935 aí a repressão a repressão foi um
dos motivos para acabar com jornal nos
três momentos
Uhum E aí pant Rei perguntou pra gente é
possível projetos ateístas de ocupação
de espaços políticos institucionais na
atualidade ou ISO seria dar murro em
ponta de faca você pensa em estratégias
possíveis acerca dessa hipótese deixa eu
deixar na tela olha é uma questão bem
bem
desafiadora eu diria assim ó eu não
teria uma uma resposta entendeu assim eh
pronta aqui para dar mas eu diria que um
passo preliminar Uhum eu ainda Considero
que é algo é uma barreira ainda a a ser
superado um passo preliminar pra gente
começar a pensar Nessas questões é ainda
o fato de que no Brasil Existe uma
grande dificuldade para as pessoas que
se identificam como ateias expressarem
publicamente que são ateias entendeu eh
quando tu não quando tu não eh quando tu
não se assume
né com algo lutar por aquilo fica muito
mais difícil claro né Entendeu então se
eu não me identifico como um
trabalhador eu não vou lutar né pelas
causas da minha classe e por aí vai
Então eu acho que a questão a questão do
ateísmo no Brasil ainda sofre essa
barreira tanto é que por exemplo né Eh
no Brasil e acho que isso aí não é só no
Brasil mas no Brasil se algum se alguma
pessoa com pretensões políticas
partides se apresentar com atéia é um
tiro no pé né Nós temos aí um caso
infelizmente triste né porque até agora
não conseguiu obter sucesso é a figura
lá do do Edmur luz lá de São Paulo que
já se candidatou a vereador já se
candidatou a deputado levantou a
bandeira do ateísmo e perdeu todas as
ocasiões uhum né enquanto isso n nós
vemos aí
eh diversas figuras que vão ocupando o
espaço público eu tô pensando
basicamente aqui a questão né Desse
espaço político institucional né
eh se apresentando como Bispo como
pastor etc etc etc é então o título do
do ele vai se candidatar entrar lá no
TSE né Entra no título e o que eu
comentei agora ontem num vídeo que eu
fiz no canal é que na semana passada até
quem me chamou atenção para isso foi a
Mari na semana passada lá no Senado Foi
aprovado a criação da frente parlamentar
católica nós já temos a
frente nós já temos a frente parlamentar
evangélico mais conhecido como bancada
evangélica agora a partir desse ano nós
vamos contar também com a presença da
bancada católica e o mais interessante
né Para dar um um sabor especial é que o
proponente né Eh da criação dessa frente
é o senador por São Paulo né o nosso
astronauta filho da nossa né e e e o
mais interessante ainda é que na
proposta é é Marcos Pontes né o nome
dele é então ele
assina ele assina a proposta de criação
da da frente parlamentar católica ele
diz Senador astronauta Marcos Pontes aí
tu veja só essa uma pessoa que
aparentemente
né seria uma pessoa vinculada à Ciência
associada à Ciência é o cara que que
teve a ideia de criar uma frente
parlamentar católica não seria o caso da
gente fazer um meia culpa de nós que
somos pessoas adultas que temos lugar na
sociedade você como professor
universitário agora eu vou fazer parte
da da Secretaria de Educação aqui do DF
a culpa também não é nossa da gente não
fazer mobilização de estruturas
nacionais de organizações maiores que
mostram que a gente tem peso na
sociedade que faça com que para um
parlamentar seja interessante vestir
essa Car
pulsa um parlamentar nosso a gente
mostrar que a gente tem peso dentro da
sociedade Olha eu tenho local eu
encontro com pessoas Nós nos reunimos
uma vez por ano nós sugerimos voto né
Igual igual uma igreja faz né não não
seria também um pouco de culpa nossa da
gente não conseguir se organizar na
sociedade civil para criar o interesse
político em personagem de esquerda para
eles disserem não eu sou a ter o mesmo e
a gente banca quando ele disser eu sou a
teu mesmo a gente vai dizer é esse cara
é bom ele é corajoso e tal não falta
isso também pra gente falta na verdade
não tem muito o que dizer eu S eu vou
concordar contigo é isso mesmo falta sim
entendeu falta sim a gente tá a gente
também tem tem essa questão eh tem essa
questão Nossa entendeu que é Um Desafio
n eu vejo como como Grand des porque a
gente tem que agregar né porque sempre
tem essa conversa que é uma coisa que me
dá vontade de dar um soco no nariz do
dawkins porque ele
repete uma frase acerca do os gatos os
ateus são que nem gatos porque a única
coisa que eles têm em comum é não serem
ateus eu acho isso completamente
estúpido porque se você for usar esse
mesmo argumento Você pode falar a única
coisa que os cristãos têm em comum é
acreditar em Cristo porque se você pegar
eh todas as versões de cristianismo você
vai do cara que é bom samaritano você
vai do cara que cuida dos Pobres é o
cara que quer dar tiro para cima Então
esse argumento para mim não cola esse
argumento de dizer que a única coisa que
a gente tem em comum é é é não acreditar
em Deus e por isso a gente não pode se
juntar eu acho de uma estupidez sem
tamanho a gente pode inclusive ter só
isso em comum e se agrar de maneiras
diferentes né os ateus de esquerda os
ateus de direita sei lá se quiserem se
agremiado sim mas é olha só inclusive
aqui tu é se não estou enganado Tu é um
exemplo do do que eu vou falar aqui nós
já tivemos isso e não faz tanto tempo no
Brasil H alguns anos atrás né nós temos
o quê nós tivemos um um florescimento
que eu até eu comento sobre isso no no
capítulo final do livro de um ativismo
ateísta no Brasil né Foi a época que o
pessoal eh que começou a se encontrar
pela internet etc etc né primeiro lá
nocut depois a gente a gente a gente
moveu as coisas politicamente a gente
fez uma uma briga contra o Feliciano que
quase derruba ele lá sim só que a gente
não tava organizado o suficiente e o e o
backlash foi muito [ __ ] mas então as
associações né inclusive tinha a pce aí
tinha tinha a teia tinha a lis fizeram
os encontros nacionais de ateus
inclusive o o Gabriel Felipe lá criou a
revista tinha várias coisas né mas isso
tá não não conseguiu eh não conseguiu
perdurar uhum perdeu o fleo né Uhum E
infelizmente o que eu vejo hoje quando
se fala em ativismo ateísta no Brasil o
que eu vejo hoje basicamente é um
movimento na
Uhum que que é ateia hoje atéia
Morreu atéia Morreu de morte matada até
por causa das associações políticas que
teve sim o que é o que que se tornou o
só maior né É foi foi praticamente um
suicídio que até cometeu
eh bom talvez seja o caso da gente
pensar em momentos de segunda onda né
não sei é quem sabe
né Então meus queridos é com essa
insinuação de que a gente vai dominar o
mundo
quando quando a gente começar se
organizar a sério porque já vejo já vejo
certas luzes no fim do túnel da
possibilidade da gente retomar algumas
organizações possíveis inclusive de
trabalho na internet inclusive com
publicações e inclusive com contatos
físicos e reais certo vejo isso se manif
vejo algumas iniciativas e vou dizer vou
dizer uma coisa interessante tô botando
fé nso aí viu tô botando fé nessa galera
acho que acho que é possível acho que é
possível só que não adianta botar fé tem
que colocar um pouco de trabalho no meio
da rua é por isso que a gente traz
pessoas como o Ricardo aqui porque assim
o Ricardo ele faz esse trabalho só que
você vocês são jovens vocês são jovens
vocês tem que perceber que tem gente
fazendo e que tem como a gente encontrar
pessoas para se juntar se reunir e a
gente ser cada vez um grupo maior o
Ricardo mesmo disse que já conversou com
a Karina que tá aqui já conversou com
outras pessoas que estão aqui a gente
tem que se identificar como um grupo um
um grupo objetivo não um grupo abstrato
ah os ateus qualquer ateu não tem nome e
sobrenome você vai olhando o nome das
pessoas vai visitando as pessoas vai
entrando em contato com as pessoas e a
gente vai percebendo com quem que a
gente quer se juntar e com quem que a
gente não quer se juntar tem pessoas com
quem eu não quero me juntar que são
ateias com o Ricardo de preferência Eu
quero tomar um Jack Daniels daquele ali
não não não muito tarde eu espero que a
gente se conheça
ã fisicamente em breve agradeço Ricard
pela sua atenção passo a palavra para
você para você conversar aí com o
pessoal dizer suas últimas considerações
e muito agradecido pelo o seu tempo viu
ah beleza não eu só tenho agradecer o
convite aí o bate-papo pessoal do chat
aí interagir tem várias pessoas que eu
conheço Tá a Karina a Mari acho que era
o Marcos tá ali não tá aí uma pessoa
também que que eu conheço que eu tenho
muito contato que a Glorinha acho que
ela não tá aí hoje mas depois ela pode
ver a Live Então é isso agradecer o
pessoal aí e estamos aí qualquer coisa
só
chamar Muito obrigado meu querido gente
uma boa noite para vocês espero que
Durmam com Deus tá bom até
[Música]
mais i