ultimamente vem do nosso passado
greco-romano. E às vezes nós cometemos o
erro de achar que toda a história da
humanidade só passou a existir depois de
Grécia e
Roma. Então eu preciso que você entenda
que esse vídeo tem dois objetivos. O
primeiro, trazer uma série de
informações e curiosidades que talvez
você não tenha acerca da formação das
sociedades desde o sedentarismo até a
queda do Império Romano do Ocidente. E
ainda que você não concorde com uma
série de conclusões que eu posso tirar
disso tudo, eu espero que no mínimo o
vídeo seja informativo para
você. Um fenômeno muito comum é que em
volta de grandes rios se estabeleçam
grupos humanos numerosos. E é isso que
tá marcado em vermelho aqui atrás.
Veremos que tem uma grande civilização
que se desenvolveu na China, nas margens
do rio amarelo e de outros rios. Uma
grande civilização que se desenvolveu às
margens do rio Indo e depois
posteriormente vai ter no rio Gandes
também. Vemos uma grande civilização na
Mesopotâmia e vemos uma grande
civilização no Egito, as margens do
Nilo. Eu preciso que você entenda a
ligação do que eu estava falando há
alguns momentos com este
acontecimento. E aí você nota: “O pai da
filosofia é Thales de Mileto, que é um
cara que teria visitado o Egito.” Isso
por volta de 600 anos antes de Cristo,
num período onde a Mesopotâmia já tinha
sido integrada com o Egito e que já é um
lugar onde se guarda textos que nós
podemos chamar de biblioteca. Nessa
época do mundo, ali no Oriente é que
surge o primeiro cara que a gente vai
falar que é o pai da filosofia grega. E
aquela época a região da Turquia aqui
também era cheia de gregos. Olha a
distância, é mínima. E essas cidades que
tinham por aqui eram cidades portos,
eram cidades portuárias. E não bastasse
isso para mostrar que havia sim
comunicação entre esses caras, é só
preciso citar o deus Adones, que é um
deus
cananeu. Mas agora vamos finalmente
entrar na Grécia.
[Música]
[Aplausos]
Até agora você percebeu que eu não citei
filme, livro, nada disso da cultura?
Bom, se tem, eu imagino que são poucos,
ou então relativos à cultura hebraica
por motivos religiosos que a gente vai
ver daqui a pouco. Mas agora você vai
ver citações em massa interessantes para
você ver que nós nos identificamos muito
com os gregos, apesar de toda essa
cultura também fazer parte da nossa
história. Os gregos estão naquela região
ali do mar
Egeu e os primeiros que chegaram ali,
nós chamamos de minóicos. Qual é a
justificativa disso? Você me pergunta.
Tem uma história. Antigamente na ilha de
Creta tinha um rei chamado Minos. E
Minos recebeu um touro, um boi, uma
parada assim de Poseidom. Ele tinha que
sacrificar e não sacrificou. Eu sei que
acabou acontecendo uma coisa bizarra,
que esse touro de Poseceidão acaba por
engravidar a mulher dele e dessa
bizarrice surge o monstro minotauro que
é cercado no labirinto, mas vira e mexe
quando ele ficou muita fome, ele sai de
lá e ataca as pessoas na cidade causando
morte. Certo dia, um filho seu estava ns
jogos atenienses lá e ele era muito
cabuloso e ganhava tudo. Então, a galera
maluca, ela vai e mata o filho de Minos.
Minos fica puto e começa a se organizar
para dilacer Atenas. Mas aí os
atenienses falam: “Não, calma, relaxa,
vamos trocar uma ideia aqui de buenas”.
E meninos fala: “Se vocês me mandarem de
tanto em tanto tempo, gente para cá para
entrarem lá no labirinto do minotauro,
tá de boa.” E eu ainda digo mais, se
alguém conseguir matar essa bosta desse
Minotauro, Atenas tá liberada do débito
aí. E na terceira vez que Atenas tinha
que sortear pessoas para serem enviadas
que seriam mortas pelo minotauro, o
príncipe Tezeu disse assim: “Chá comigo,
meu irmão, vou resolver essa parada”. E
aí ele conversa com o seu pai e o pai
dele diz: “Ai, e são as velas aí de cor
branca você tiver vencido, porque aí eu
vou ficar tranquilo quando você tiver
chegando.” Chegando em Creta, a filha do
Minos ajuda, dá uma espada, um novelo de
lã para ele não se perder no labirinto e
tal. E tesu vai lá e vence o Minotal. Na
volta ele vai, encontra com a mina e vai
levar pra Grécia. E eles estavam indo
felizes e maravilhosos. Aí no meio do
caminho tem uma tempestade, eles têm que
atracar em algum lugar. A menina se
perde, eles procuram, procuram,
procuram, procuram, não acham. E aí
Tezeu volta triste e esquece de sar as
benditas velas. O pai fica desesperado,
achando que o filho morreu, se joga no
mar e se mata. O nome do pai era o rei
Egeu. E é por isso que o mar ali se
chama mar Egeu. Legal, né? Pois bem, ali
vai se formar uma civilização que
chamamos de civilização menena. Lá
naquela época que bombou de galera
formando civilização, os ititas, a
galera de Mit, os cacitas dominaram a
Babilônia. Pois é, naquela época havia o
reino dos Mcenas ou o reino mênico. De
onde que vem esse nome? Missena seria
uma cidade fundada por Perseu. Tem um
filme que conta a história desse Perseu,
mas é um filme muito bosta que se chama
Fúria de Titãs. Mas se eu posso indicar
uma coisa para você, você não assisti.
Sério, acho bem zoado. Pois bem, a
civilização mênica se desenvolveu até
que os dórios invadiram. O povo dório é
o povo, é a etnia que dá origem à cidade
de Esparta. E essa invasão dos dórios
não chega a destruir a civilização
misana. Bom, é a partir daí que vem
aquela história que a gente chama de
guerra de Troia. Há quem especula que a
guerra de Troia é simplesmente
invenciono, não tem nada a ver com o
real e tal, mas eu preciso contar um
pouquinho da guerra de Troia por dois
motivos. Primeiro que eu tenho que falar
algumas coisas divertidas. Segundo
porque esse mito está relacionado ao
mito de criação de Roma. E vamos chegar
lá. Tem um filme que se chama Troia, que
é simplesmente excelente. Ele pega a
história da Elida e seculariza. Ele faz
assim: “Imaginemos que tivesse
acontecido como Homero contou, só que
sem intervenções divinas, sem essas
coisas.” E o roteiro desse filme é
escrito por David Benof Binoif, não sei
qual é a origem desse sobrenome, mas que
é um cara que produz Game of Thrones.
Mano, o roteiro é simplesmente
sensacional, ponto final. Esse eu indico
para assistir. Mas o conto de Troia na
Elida começa pelos deuses. Como eu
disse, tem pessoas que acham que essa
guerra de Troia não tem nada a ver,
nunca existiu, mas tem umas pessoas que
consideram que tem alguma coisa ali que
deve ser reflexo da realidade. A guerra
do pessoal de cá, próximo ao Peloponeso,
contra uma galera que fica ali no Elis
ponto. Seria esse o fundamento da
criação da Ilída. Segundo a mitologia, a
guerra teria começado da seguinte
maneira: rolou uma festa entre os deuses
e a deusa não foi convidada porque ela
era a deusa discórdia e ninguém gostava
dela. Então a deusa criou o
pomocórdia, que era uma maçã de ouro com
a inscrição para mais bela e ela deixou
lá na festa e começou uma porradaria
louca entre Afrodite, Era e Atenas
começaram a disputar feito loucas e aí
Zeus falou: “Para com essa”. Pegou a
maçã dourada e entregou para Paris.
Pares é um mortal normal, filho do rei
primo, rei de Troia. Então ele vai
proteger a maçã. Só que aí as deusas vão
aparecer para dizer: “Não, mano, dá para
mim, eu te concedo isso, isso e aquilo”.
E Afrodite, a deusa do amor, disse que
concederia a ele a mulher mais bonita de
todas. E ele falou: “Tá, toma”. Ponto
importante, eu vou dar um spoiler agora,
de outra genial produção, que é um
joguinho chamado Assassin’s Creed ou
Credo dos Assassinos. Se você não quer
tomar um spoiler na tua cara, vou
colocar aqui o tempo que acaba o spoiler
para você ficar tranquilo. Aí você pula
para lá que não vai ter problema. O jogo
Assassin’s Creed ele se baseia
justamente na ideia do pombo da
discórdia e justamente nessa ideia
maluca de secularizar o que é realmente
mitologia e ponto. Um comportamento
muito grande na renascença e que mais
pra frente vai ser o comportamento de
Isaac Newton. Mas eu vou falar disso em
outro vídeo. A ideia do jogo é que na
real os deuses existiram sim, só que
eram humanos. e grandes reis do passado.
E existiu uma civilização antiga que na
verdade adquiriu tecnologia suficiente,
mas por algum motivo acabou sendo
destruída. E as impressões dos seres
humanos sobre os deuses são resquícios
dessa época. O tal do pomo discord no
jogo, ele daria para você poderes para
você ser cabuloso, mas durante o enredo
do jogo, você vai ver que ele só vai
trazendo destruição. É muito
interessante. E você no jogo, assim como
Paris, conversa com Atena, que é a
Minerva no nome romano, e com Juno, que
é a Era no nome romano, que são espécies
de hologramas. É uma viagem, mas é
divertido e tem uma quantidade de
informação que as pessoas não têm
fenomenal para fazer aquele enredo. O
jogo chega a sugerir que Adão e Eva, na
verdade, estariam nesse paraíso onde os
deuses comandavam, até que eles
conseguiram pegar o pano da discórdia e
aí eles tomaram consciência de um monte
de coisas e tentaram fugir. Então é como
se eles fossem escravos, alguma coisa
assim, eles tivessem fugido dessa
situação. É sinceramente muito genial o
jogo, apesar dele não ter desenrolado a
história toda ainda. Bom, fim do
spoiler. Voltando a mitologia, Pares vai
para Esparta, chega lá e conhece Helena
e falou: “Mano, é essa?” Afal gente,
beleza? E aí eles se juntam e fogem pra
Troia. E aí, meu amigo, os espartanos
ficam bolados porque Helena era esposa
do rei. Então se junta o rei de Esparta
com seu irmão, rei de Micenas, o H
Menon, e os dois juntos vão lá dar um
pau em Troia. E aí vem aquela história
toda, Ulisses, Aquile e o ser como, a
Troia e não consegue vencer. Então os
espartanos e menos fingem que vão
embora, deixam um cavalo, o cavalo entra
e na realidade esse cavalo tinha gente
dentro e aí o barato é louco e lá de
dentro, sem precisar vencer as mulheres
de Troia, os mencionenos e espartanos
detonam Troia e um dos troianos que
consegue fugir de lá é Eneias. E quem é
Eneas? Eneas dá uma volta maluco e vai
par lá na península itálica. E a
história de Eneias, quem nos conta é
Virgílio. Lá nos primeiros anos da nossa
era, ano 10, alguma coisa assim, Eneas
foge, vai pro rio Tibre, na Itália.
Tibre, não, Tigre diferente, vai pro rio
Tibre, casa com uma mulher importante e
funda naquele lugar Lavinho. O filho de
Eneas, Ascâo funda Alba Longa. E depois
de várias gerações de alba longa, um rei
de nome Numitor é destronado pelo seu
irmão. E a filha do rei fica impedido de
ter filhos. E ela é mandada para ser uma
sacerdotisa virgem, para ficar virgem
pro resto da vida, para não ter filhos,
para não tomar lugar do usurpador. Mas
aí essa moça recebe uma concepção
divina, pois Marte, o deus guerreiro, a
engravida de gêmeos, Rômulo e Remo. Numa
treta, Rômulo acaba matando Remo e
Rômulo funda a cidade de Roma. E se
formos acreditar na cronologia de Tito
Lívio feita também mais ou menos um
pouco antes da nossa era, uns 20 anos
antes, a fundação da cidade de Roma
teria sido feita exatamente em
753 antes de Cristo. Então, se seguirmos
a tradição de Tito Lívio e acreditarmos
nessa cronologia de que Roma foi fundada
em
753, ela é pelo menos
2500 anos mais jovem do que a unificação
de todo o Egito sobre um único rei. Você
tá entendendo a dimensão do que eu tô
falando? E isso porque eu tô tratando só
da região sob influência do crescente
fértil. Isso porque eu não falei do
Índo, eu não falei da China e não falei
das Américas. Então, achar que só existe
vida inteligente a partir de Grécia e
Roma é um completo
absurdo, certo? Ah, então por que que as
instituições de lá chegaram e se
difundiram? É, calma, não põe a carroça
na frente dos bois, calma. Vamos voltar
lá pra Grécia. Então, com a invasão dos
dórios, começou a se formar ali o que
seria Esparta e já dos menas vai se
formar o que seria Atenas, que são as
cidades que mais conhecemos, apesar de
não serem as únicas gregas. Thales, o
pai da filosofia, é de Mileto, Pitágoras
é de Samos, que são cidades gregas que
estão na Anatólia, que é aquela região
ali que hoje chamamos de Turquia. Esse
extremo ocidente da Anatólia ali no Mar
Egeu, a época era considerado Grécia,
hoje é Turquia. Só que conhecemos mais
Esparta e Atenas de todas as outras
cidades, estados que tinham por ali, por
causa de Platão e sua academia em Atenas
também. Não pode se negar, mas tem uma
coisa muito mais importante que eu vou
explicar agora. Lembra dos peças? Pois
bem, essa parte da Anatória que
estávamos falando ficavam os gregos
chamados de Jônios. Dari primeiro chegou
ali e dominou quem tinha que dominar e
ofereceu tratado de paz para quem
quisesse aceitar e dominou a região da
Anatolia. Pois bem, os persos foram
cuidar de outras coisas. e Atenas deu
apoio para que os Júnios se revoltassem
contra o Império Persa. O iniciar dessa
revolta é o iniciar do que chamamos de
guerras médias, porque é a guerra dos
gregos contra os medos, que na verdade é
mais ou menos, né? Era guerra contra
osênidas, que eram peças e não medos,
mas é meio que era também, né? Mas
enfim, aqui começa a surgir a identidade
de nós contra eles, né? E se a gente
colocar o mapa do Império Persa e o que
que era Atenas, a gente vê o quanto que
é interessante a dita batalha de
maratona que ocorreu em maratona, por
isso que chama batalha de maratona.
Nessa batalha os atenienses tinham
pedido ajuda pros espartanos, mas ele
fala: “Ah, então não vai rolar porque os
deuses não deixam”. Estavam numa data
especial lá religiosa e se a gente for
acreditar em Heródoto, claro. E algumas
coisas relevantes que eu gostaria de
falar antes de mais nada. Lembra que eu
tinha falado que aglomeração de gente
leva aos conflitos que leva à criação
das cidades e por sua vez as conflitos
entre cidades cria os impérios. Lembra
que eu falei de tudo isso? Lembra que
por volta de 1400 antes da nossa era, já
havia impérios tão grandes que dominavam
a região que ia da Mesopotâmia até o
Egito em contato inclusive militar? Pois
bem, com essa experiência, com esse
conhecimento que acabamos de adquirrir
sobre o nosso passado, é que eu gostaria
de falar nesse ponto a complicação que é
a centralização de poder. Lembro o que
que era o império dos neobabilônicos?
Lembra o tamanho do império medo? Antes
de Ciro tomar qualquer estratégia de
ataque? Pois bem, a gente olha pro
império persa e tem a impressão de que
era 1 bilhão de pessoas todas unidas e
querendo destruir, igual aparece no 300,
né, de Esparta. Só que se você analisar
os fatos, você vai ver que o grande
feito de Ciro foi vencer os medos,
depois chegar na Babilônia e tomar a
Babilônia, depois tomar o Egito. A
centralização de poder é uma bosta,
porque o poder vira alvo fácil, pode ter
alguns pontos positivos, mas tem esse
problema nefasto, que é muito fácil
alguém vir e destruir a bosta toda.
Então, Ciro e Daril não eram magos nem
nada assim, nem foi a Rura Mazda, o
grande Deus bondoso que ajudou a
conquista do império. Foi simplesmente
que a aglomeração de poder na mão de um
único núcleo facilita que esse núcleo
caia. Não que outros poderes mais
diluídos também não percam força e tal,
inclusive com mais facilidade. Mas a
queda quando vem de um império desse
tamanho é complicado. E isso em relação
a um monte de coisa. Tem a ideia do
orgulho ferido do povo. Tem um monte de
coisa envolvida nisso aí. Mas a questão
nefasta que eu levo em conta aqui em
relação à Babilônia é o fato de que se
diz que quando Ciro chegou lá, Nabanido
já tava sendo expulso. Concentrar poder
demais faz criar inimigos, não só fora,
mas como dentro também da sociedade.
Inimigos que para atacar a pessoa que
está no poder, começam a atacar as
instituições em si, dizendo que elas são
tirânicas e abusivas e tudo mais. E isso
é um problema como um todo pra
sociedade, porque se você for destruir
as instituições para você construir
outras do zero, vai dar trabalho. Hoje,
após o constitucionalismo, quando uma
constituição substitui a outra, as leis
que vigiam esse tempo, elas continuam a
existir. Só param de existir as leis que
são contrárias à Constituição,
simplesmente porque é impossível criar
tudo do zero, do nada. Por isso que eu
apelo sempre para pessoas que querem
mudar as coisas sejam reformistas e não
revolucionárias. Mas enfim, os persas
vão de barco, as tropas persas
desembarcam em maratona e os atenienses
apertam desembarque e na base da
estratégia eles vencem os persas e os
expulsam. E segundo a lenda, os
atenienes teriam mandado o maluco para
contar pra cidade de Atenas que eles
tinham vencido a guerra. E esse maluco
saiu correndo e quando chegou lá, ele
morreu. E por isso que a maratona se
chama maratona, que é a corrida de 42 km
lá. E aí os peças vazam. Segundo os
gregos, os persas ficaram 10 anos
reunindo exército, sabe? Tipo
rockman, carregando para poder destruir
os gregos, sabe? Juntando o mundo
inteiro. Só que isso obviamente não é
verdade. Você acha que um império do
tamanho do império persa, o único
problema que tinha era os gregos. Nada
mais importava. É claro que isso é um
ataque de umbiguismo. Durante esses 10
anos, Daril e depois Cherches teve que
cuidar de um monte de coisas internas,
problemas no Egito lá. Enfim, mas 10
anos depois os persas voltam para atacar
agora guiados por sheres primeiro. E
dessa vez os malucos vão por terra,
dando naquela batalha que a gente
conhece pelo filme 300, a batalha de
Termópilas. E apesar do filme ser muito
bonitinho, ah, estreito e tal, só nós
300 vamos segurar 1 bilhão de pessoas e
tal, mas na verdade foi uma batalha em
que os persas deram um pau na galera
ali, né? Essa é a verdade. E aí quando
os persas finalmente chegaram em Atenas,
Atenas estava abandonada. Não tinha
ninguém lá e os peças destruíram tudo.
Só que essa galera fez o quê? Fugiu dali
e se escondeu nos barquinhos pequenos
deles. E na batalha de Salaminas, de
novo, usando a estratégia, os atenienses
num barquinho, num espaço curto, ficaram
esperando até os persas atacarem. Quando
eles atacaram, tomaram pau por causa da
mobilidade dos barcos gregos. E essa
batalha é a batalha daquele filme
Espartas 2, né, 302, né? É a batalha de
Salamina. E daí pra frente, Xes já não
estava ali na frente de batalha, deixou
um para um general lá que tomou um pau.
Enfim, depois dessa vitória épica não
foram só Esparta e Atenas, não.
Simplesmente eles estão na cabeça das
coisas. Mas enfim, 479, os persas são
chutados da Grécia e não voltam mais a
encher o saco. Nessa história tem uma
coisa interessante. Existia uma liga de
proteção espartana ali que Esparta
comandava uma região de influência que
se chamava Liga do Peloponeso. Essas
guerras médicas ou guerras médias, a
região sobre a área de influência de
Atenas se uniu com a liga do Peloponeso
e construiu uma liga helênica, né, dos
helenos que deixavam a granda da liga
usada para investir na construção de
material bélico para se proteger dos
peças. na ilha deos. Com o passar do
tempo, a galera do peloponeso se afastou
porque aquela parada ali estava muito na
mão de Atenas e eles não estavam errado.
O tesouro da Liga de Delos depois vai
parar em Atenas mesmo e é usado para
reconstruir Atenas, inclusive o
Partenon, que é um templo de Atenas ou
um templo da deusa que não pariu, a
deusa virgem, que depois vai ser
usurpado pelos cristãos para ser templo
a deusa Maria, ou melhor, a Virgem
Maria, que não é deusa, né? É mãe santa,
porque ela é mãe do filho de Deus.
Segundo a crença. Enfim, voltando, em
450, o tesouro de vai para Atenas e em
431 começa a guerra do Peloponeso. Na
guerra do Peloponeso tem uma coisa
interessante que acontece. Se a gente
acreditar nas palavras de Tucides, que
era ateniense e viveu naquela época, ele
diz que haveria uma colônia de Melos,
que era uma colônia espartana. E os
atenienses chegaram lá para transferir a
colônia para eles. Não, vocês não devem
obedeccê-lo, vocês devem obedecer a
nosso. E aí meus falou: “Não, não tô, tô
de boa, não tenho nada a ver com guerra,
não, não quero me meter, não. Me deixa
em paz.” Segundo Tucides, os atenienses
teriam respondido: “Os fortes fazem o
que eles querem e os fracos sofrem o que
eles devem”. É uma bosta, mas aí é que
tá. É por isso que a gente precisa
educar as pessoas para de maneira
alguma legitimidade para pessoas que
querem tomar as coisas pela violência.
Porque na hora que um grupo de pessoas
decide se juntar para fazer o que eles
acham que é certo, que eles acham que
vão melhorar a sociedade se justificando
na violência, pode crer que vai dar
merda, porque quando eles ganharem essa
força, eles vão fazer o que eles
quiserem, porque o forte faz o que ele
quiser fazer. O único impedimento que
tem ao forte é o impedimento moral de
nós não legitimarmos alguém a ponto de
que essa pessoa fique forte o suficiente
para dizer que vai matar um monte de
gente, vai fazer um monte de bosta para
o bem das pessoas e as pessoas ainda
acreditarem nisso. Isso é muito perigoso
porque a pessoa quando ela está
legitimada e com exército e com
tecnologia militar em mão, ela vai fazer
o que ela quiser fazer ou o que ela
achar necessário para a melhoria de
todos nós. E esse é um problema muito
sério em política. Mas vamos continuar.
Estávamos na guerra do Peloponeso, né,
começando por volta de 430 antes da
nossa era. Pois bem, Platão só vem
surgir em
420 antes da nossa época. O que que isso
significa? O crescente fértil já
conhecia o fogo, a roda, a agricultura,
a domesticação de animais, a matemática,
a engenharia para construir pirâmides, a
astronomia para conhecer a movimentação
dos planetas, a organização política,
vale citar do império persa, onde tinha
moeda cunhada, a divisão administrativa
em satrápas, a religião com um deus
único, a rurasda do bem, acima de todos,
que luta contra uma outra coisa que
simboliza o mal. E tem cara que acha que
o conhecimento começou com Platão e isso
é um problema nosso, cultural
nosso.
Rapidão, cadê Niet? Deixa eu pegar Niet
aqui rapidinho. Em humano, demasiado
humano, Niet fala o seguinte sobre a
origem do culto religioso. Se
remontarmos aos tempos em que a vida
religiosa florescia com toda a força,
acharemos uma convicção fundamental que
já não partilhamos e devido à qual vemos
fechadas definitivamente para nós as
portas da vida religiosa. Tal convicção
diz respeito à natureza e à relação com
ela. Naqueles tempos nada se sabia sobre
as leis da natureza, seja na terra, seja
no céu. Nada tinha que suceder, né?
Causa e consequência. Uma estação, o
sol, a chuva podiam vir ou faltar. Não
havia qualquer noção de
causalidade natural. Quando se remava,
não era o remo que movia o barco. Remar
era apenas uma cerimônia mágica pela
qual se forçava um demônio. Não demônio
no sentido de mal, mas no sentido de
diamon, significa
espírito em grego. Só que com o advento
do cristianismo, todos os
espíritos de outras religiões foram
entendidos como demônios, coisas do mal,
né? Porque só o que é válido é o da
religião ah universal. Católico
significa isso universal. Vamos voltar.
Quando se remava, não era o remo que
movia o barco. Remar era apenas uma
cerimônia mágica pela qual se forçava um
demônio a mover o barco. Todas as
enfermidades, a própria morte eram
resultado das influências mágicas. O
adoecer e o morrer não sobreviam
naturalmente. Não existia a ideia de
ocorrência natural que surgiu apenas com
os antigos gregos, ou seja, numa fase
bem tardia da humanidade, na concepção
de
Moira, que reina acima dos deuses. Você
percebe que o raciocínio faz
sentido que realmente nos primeiros
povos, nas primeiras civilizações, faz
sentido que as pessoas encontrem na
chuva, no vendaval, nas inundações, nos
terremotos, fenômenos que não tm a ver
com as coisas naturais aqui, mas com
forças sobrehumanas inexplicáveis e que
têm a própria vontade para fazer o que
quiser na hora que quiser. E realmente
na mitologia grega tinham as moiras que
estavam acima dos deuses e tudo mais. Só
que dizer que foram os gregos que
fizeram isso pela primeira vez é uma
mentira. Isso tá errado, porque se você
lê aí no Maeles, você vai ver que Marduk
só é capaz de vencer Tiamate depois de
tomar para si as tábuas do destino de
Kingu. Ou seja, para os babilônicos, os
deuses também estariam abaixo de alguma
regra abstrata superior. Veja, enquanto
isso, Tiamate, desesperada e foribunda
pelo assassinato do marido, jura
vingança e cria os mais horríveis
monstros para fazer com eles um exército
contra os deuses. a víbura, a serpente
furiosa, o grande leão, o cão raivoso, o
homem escorpião e outros iradíssimos
animais. Depois toma um destes um tal de
kingu como marido, e nomeia comandante
chefe. Confere-lhe poderes divinos e
ata-lhe ao peito as tábuas do destino.
Aí reúne-se a toda prece assembleia dos
deuses e o voto é unânime. Ninguém quer
enfrentar-te a mate. Então Anchar, que é
um deus lá do início, autoritariamente
designa para o feito o descomunal e
corajoso Marduk e manda chamá-lo. E lá
na frente ele enfrenta kingu de kingu,
tira as tábuas do destino e pendura aso
ao pescoço, tornando-se assim o
dominador do
universo. Sabe, essa nossa educação de
achar que o mundo começa e só existe
dentro de Grécia e Roma é muito, muito,
muito errado. E isso ajuda muito as
pessoas a acreditarem que o mundo se
resume à guerra de Palestina e Israel e
acha que o mundo tá sendo decidido lá.
por exemplo, quando tem um monte de
guerras étnicas, sobretudo na África,
escandalosas e que ninguém toma posição
e ninguém busca tentar solucionar os
problemas na África. Por quê? Porque
além daquele conflito lá entre Israel e
Palestina ser algo sim muito grave, tem
um problema que nossa sociedade tem uma
conexão simbólica com aquilo ali por
causa do desenvolvimento de algo que
acontece em Roma, que é a base da nossa
sociedade dito ocidental. Depois da
guerra do Peloponeso, aquela região se
enfraquece ali e dali de cima parte o
império macedônio, que domina aquela
região e Alexandre Grande depois vai
chegar e vai simplesmente tomar o
império pers que era aquela região toda,
e vai virar império macedônio, que logo
após a morte de Alexandre se divide nos
seus generais e acaba difundindo o que a
gente chama de helenismo, ou seja, a
cultura grega. Lembra com a gente que o
mito de fundação de Roma começa na
Grécia? Pois bem, assim como o império
persa tinha o seu arurzda e o seu
aratrusta, o império macedônio, tinha
Sócrates, que vinha dos escritos
principalmente de Platão, e o seu aluno
Aristóteles, que em a metafísica deixa
registrado que achava que Platão era um
materialista porque ele falava em ideias
e formas e não em um ser no inteligente
e enfim cria sua teologia de estado.
Lembrando que Aristóteles foi professor
de Alexandre Rio Grande. Dois de seus
conjuntos de ensinamentos que foram
compilados em a política e em a
metafísica vão chegar até nós
posteriormente. Sendo que é em a
política que Aristóteles diz que o homem
é um animal político, ou seja, que vive
em polis, que vive em sociedade, por
assim dizer. O homem é um animal cívico
mais social do que as abelhas e outros
animais que vivem juntos. A natureza que
não faz nada em vão, concede apenas a
ele o dom da palavra, que não devemos
confundir com os sons da voz. O estado
ou a sociedade política. Isso aqui é uma
tradução posterior. Aqui é a
polise. A police ou sociedade política é
até mesmo o primeiro objeto a que se
propôs a natureza. O argumento dele é
sempre esse: as coisas existem porque a
natureza quis assim, que na metafísica
vai ser colocado porque uma mente
brilhante quis assim. E o que tá de
acordo com a natureza é bom e o que não
está de acordo com a natureza é mau. O
todo existe necessariamente antes da
parte. As sociedades domésticas e os
indivíduos não são senão as partes
integrantes da cidade, todas
subordinadas ao corpo inteiro, todas
distintas por seu poder e suas funções,
e todas inúteis quando desarticuladas,
semelhantes às mãos e aos pés, que uma
vez separado do corpo, só conservam o
nome e a aparência, sem a realidade como
uma mão de pedra. Aí vai ver aquele
cara, Aristóteles era de esquerda. Isso
aqui é coletivismo? Coletivismo é coisa
de esquerda, mas aí vamos paraa parte da
escravidão. Uns de fato, como já vimos,
confundem todos os poderes e compreendem
num só e único sistema o poder do mestre
e da realeza, o poder republicano e a
administração da economia. Outros
consideram que o poder senhorial não tem
nenhum fundamento na natureza e
pretendem que esta nos criou a todos
livres. E a escravidão só foi
introduzida pela lei do mais forte e é
por si mesma injusta como um puro efeito
da violência. Então ele critica essa
posição das pessoas que acham que os
outros foram feitos livres. Quanto a
economia, observo que é impossível viver
comodamente ou mesmo simplesmente viver
sem o necessário. Portanto, como os bens
fazem parte da casa, os meios de
adquiri-los também fazem parte do
governo doméstico. Assim como nenhuma
das artes que tem um objetivo preciso e
determinado realiza sua obra sem seus
instrumentos próprios, a economia também
precisa deles para chegar ao seu
objetivo. E ele fala, existem dois tipos
de instrumentos, uns inanimados e outros
animados. Assim é que para a navegação,
o leme é um instrumento inanimado e o
piloto um instrumento animado. Em todas
as artes, o trabalhador é uma espécie de
instrumento. Aí você vai falar: “Não,
mas isso é modo de dizer, não é?” Vamos
continuar para você ver. Chama-se
instrumento, o que realiza o efeito e
propriedade doméstica aquilo que ele
produz. E ele continua mais embaixo. A
coisa possuída está para o possuidor,
assim como a parte está para o todo.
Ora, a parte não é somente distinta do
todo, ela lhe pertence. O mesmo ocorre
com a coisa possuída em relação ao
possuidor. O Senhor não é senão
proprietário de um escravo, mas ele não
o pertence. O escravo, pelo contrário,
não somente é destinado ao uso do
Senhor, como também é dele parte. Isso
basta para dar uma ideia de escravidão e
para fazer conhecer esta condição. O
homem que por natureza não pertence a si
mesmo, mas ao outro, é escravo por
natureza. é uma posse e um instrumento
para agir separadamente e sob as ordens
de seu senhor. Então ele fala: “Não é
apenas necessário, mas também vantajoso
que haja mando por um lado e obediência
por outro. E todos os seres desde o
primeiro instante do nascimento, são,
por assim dizer, marcados pela natureza,
uns para comandar e outros para
obedecer”. E mais para frente ele fala:
“Numa palavra, é naturalmente escravo
aquele que tem pouca alma e poucos meios
que resolve depender de outrem”. E ainda
mais à frente ele diz: “A natureza, por
assim dizer, imprimiu a liberdade e a
servidão até nos hábitos corporais.
Vemos corpos robustos talhados
especialmente para carregar fardos e
outros usos igualmente necessários.
Outros, pelo contrário, mais
disciplinados, mas também mais exguios e
incapazes de tais trabalhos, são bons
apenas para a vida política, isto é,
para os exercícios da paz e da guerra.
Ocorre muitas vezes, porém o contrário.
Brutos têm a forma exterior da liberdade
e outros, sem aparentar, só têm a alma
livre. nesses dizeres que foram adotados
pela Idade Média, esse negócio de
direito natural e não sei o quê, que
justifica sim a escravidão, como podemos
ver, é uma concepção absurda que após a
Revolução Francesa vai começar a ser
associada a quem é mais conservador, que
diz assim: “Não, não vamos destruir tudo
ah é você não quer mudar as coisas,
então é porque você acha que você é
superior, é, você acha que você é melhor
do que os outros.” E aí cria aquela
fantasia de que os jacobinos queriam
lutar pela igualdade e e meu Deus, como
somos bonzinhos e tudo mais e sentavam à
esquerda e os da direita na revolução
eram aqueles que não, galera, vão
destruir tudo, não sei que. E aí quando
vem os movimentos anarquistas e
comunistas, principalmente com Carl
Marx, que fala que na verdade quando vem
a revolução liberal, os liberais enganam
o povo. Em vez de acabar com as
disputas, eles se tornam poderosos. E aí
cria essa fantasia de que aqueles da
esquerda foram traídos pela revolução e
os da direita ficam sendo associados a
esse lixo aqui que fica esse negócio de
a os burgues malditos que só querem
ganhar dinheiro e acham que são melhor
do que os outros e querem sentar em cima
de não sei o
quê. E aí cria essa frescurada de
esquerda e direita, o que na época da
revolução industrial poderia até enganar
alguém, porque fazia sentido você ser
enganado naquela época. E eu vou falar
de revolução industrial ainda, porque
ela gerou um problema social e você que
tava na merda parecia que faziam de
propósito para você tá na merda, mas aí
vem as revoluções comunistas e da bosta,
da zica. E o cara que ganha força com
promessa de igualdade, não sei que e vai
acabar o estado, não acaba com o estado
nunca, nenhuma vez provando que essa
estratégia marxista é absurda. E aí
agora as pessoas ficam ressignificando
de novo esse negócio de direita e
esquerda para dizer que esquerda igual a
coletivo. Não seu animal, porque se
fosse assim, qualquer poli seria de
esquerda, qualquer cidade seria de
esquerda. E aí salta o migucho a lado e
fala: “É isso mesmo”. Mas é isso mesmo.
Toda a cidade ba bá bá bá. Meu Deus, com
que eu tenho que lidar? Mas se fosse
levar a sério essa bosta de achar que
porque é coletivo é de esquerda, então
você devia achar que a fundamentação da
igreja que pega dízimo para distribuir e
para fazer caridade é uma instituição de
esquerda. Uma vez que ela centraliza
poder, recolhe dinheiro e ainda tanto
quanto os marxistas prometem 1000
salvações. Então deixa de ser
abobalhado. A diferença de esquerda e de
direita surgiu porque teve um grupo que
achou que lutava pelas igualdades e que
foram usurpados pelos malditos
capitalistas. E a promessa de Hitler tá
longe de ser uma promessa de igualdade e
ausência de estado. Muito pelo
contrário, é uma proposta ideológica de
hierarquia, de construção hierárquica,
fundada no passado, dizendo que os
alemães são descendentes de arianos, que
faz parte de uma mitologia furada, que
eu vou falar disso. Esses arianos teriam
ouvindo inclusive da Atlântida, que é
uma citação de Platão e de outros
gregos, tá fundamentado no
expansionismo, que é uma ideia romana da
antiguidade. Então, como é que você quer
dizer que uma caceta de uma ideologia
que prega superioridade racial, que
prega um culto ao passado, que é
altamente hierárquica e que é
expansionista aos moldes romanos, que é
uma ideologia de esquerda? Aí você pega
estado russo, que se justificando numa
ideologia de esquerda, instaura um
totalitarismo que persegue, que mata,
que concentra poder. Tudo sob o
argumento de que vai construir o mundo
igual para todos. Aí você pega a
teologia nazista, que é integralista e
fala: “Trabalhadores, não vamos deixar
vocês na merda, porque vocês são
superiores, vocês são melhores. E vamos
colocar os ciganos e os judeus para
trabalhar nos campos de concentração
para nós, porque eles são inferiores.
Vamos tomar terras e ficar com os
espolos dessas pessoas que são
inferiores, que é o projeto no qual
segue-se a lei da natureza, onde o forte
tem que vencer, ou seja, uma estratégia
de direita para chegar ao totalitarismo.
Aí você pega dois, compara as
características de totalitarismo e aí me
diz que os dois são de esquerda porque
os dois dizem que não vão deixar o
trabalhador se No período que
depois da revolução industrial vários
grupos trabalhadores se formaram e
podiam com estado se você desse
mole. Então para com esse joguete de
ressignificação, caramba. Porque senão,
e é o que tem acontecido, todo projeto,
qualquer coisa que tem a ver com
população ou fala em trabalho ou
qualquer coisa assim, pronto, tá vem o
esquerdista, pessoal do Stalin, do
Hitler, né? Tudo acaba nisso. Você cria
esse tipo de idiot simbólica que a gente
tá vendo por aí, um ódio mortal não ao
governo especificamente, não ao PT, mas
as próprias instituições, ah, o estado
do mal boladão que só faz merda. Então,
vamos destruir. E aí isso me preocupa. A
ideia que eu tô vendo de um monte de
gente que você sabe que não sabe nada de
nada. É evidente que não sabe. Muitos
normalmente quando sabem alguma coisa de
ciências humanas é economia, que é uma
parte importante da sociedade, mas não
resolve conflitos de interesse por si
só. E não resolve porque conflito de
interesse é, em essência ausência de
concordância. Isso é tipo o básico do
básico. Como é que você quer resolver
ausência de concordância dizendo que as
pessoas vão concordar porque é melhor
para elas? Se ela tá na essência da
parada elas discordarem. Em contrato,
você resolve problemas desse tipo. Em
muitos acidentes da vida civil, que você
não tem contrato nenhum com as outras
pessoas, você só resolveria o problema
ou com a intervenção de alguém que
obrigue uma das partes, ou se as duas
partes tiverem superioridade moral
suficiente para pararem conversar. Um
diga: “Eu sei que eu estou certo, mas eu
vou ceder um pouco para acabar com o
conflito”. E o outro diga: “Hum, eu
também sei que eu estou certo sob a
minha perspectiva, mas eu também vou
ceder um pouco para acabarmos de uma
maneira tranquila com o conflito. Se o
mundo fosse assim, você podia pensar no
local sem magistrados”. Mas uma vez que
não alcançamos esse nível ainda, pensar
numa sociedade que funcione em todos os
casos e não só nos casos de contratos,
através de livres composições de
conflitos que vão acontecer porque as
pessoas sabem que é o melhor para elas.
Você está numa utopia e eu tenho medo de
pessoas que gostam de utopias. Mas
enfim, vamos voltar paraa última parte
do vídeo. Chegamos finalmente em Roma.